PARIS - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, reiterou nesta quinta-feira (7) a intenção de colocar a "desordem monetária" e as consequências da queda do dólar no centro das discussões internacionais, recebendo o apoio do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.
"A desordem monetária tornou-se inaceitável", declarou Sarkozy na abertura de um colóquio sobre o "novo capitalismo" em Paris, ao qual assistiu o chanceler brasileiro, Celso Amorim.
Em seu discurso, o presidente francês exaltou a "aliança entre Brasil e França" e reiterou seu desejo de que "os grandes países emergentes sejam associados à governança mundial".
A França assumirá em 2011 a presidência do G20, que reúne os oito países mais ricos e as nações emergentes, entre elas o Brasil.
"Não podemos lutar na Europa para melhorar a competitividade de nossas empresas, não podemos ganhar competitividade em nossas empresas europeias e ter um dólar que perde 50% de seu valor", acrescentou.
"O mundo é multipolar, o sistema monetário deve se tornar multimonetário", sentenciou.
Sarkozy recebeu o apoio de Joseph Stiglitz, Nobel de Economia em 2001.
"O presidente Sarkozy desenvolveu uma visão muito mais clara (que os americanos) sobre o que deve ser feito nos âmbitos nacional e internacional" sobre a imposição de limite aos bônus bancários e o lugar do dólar no mundo, declarou à imprensa o economista americano.
"Um sistema focalizado no dólar talvez fizesse sentido no século XX, mas não faz mais no século XXI", afirmou o ex-conselheiro do presidente democrata Bill Clinton, conhecido por suas críticas das políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird).