ZAGREB - Os croatas participam neste domingo (10) do segundo turno das eleições presidenciais para escolher quais dos dois candidatos - o social-democrata Ivo Josipovic ou o prefeito de Zagreb, o independente Milan Bandic, levará esta ex-república iugoslava à União Europeia.
Segundo pesquisa publicada nesta sexta-feira, Josipovic conseguiu 55,3% das intenções de voto contra 35,6% dadas a seu adversário; 12,1% das pessoas ouvidas estavam indecisas, segundo a enquete realizada junto a 1.008 pessoas pela agência Mediana Fides.
Por ocasião do primeiro turno, no dia 27 de dezembro, o candidato do Partido Social Democrata (SDP, oposição parlamentar) chegou na cabeça com 32,4% de votos, ou seja, mais que o dobro dos votos conquistados por Bandic (14,8%).
Este último, tentou, durante o novo período de campanha, capitalizar os votos dos eleitores do Partido Conservador, no poder.
Assim, Bandic radicalizou seu discurso à maneira dos conservadores, encontrou-se com o arcebispo de Zagreb que lhe concedeu seu apoio e "fez a corte", sobretudo, aos eleitores da diáspora (um grande número de croatas foi forçado através dos tempos por motivos econômicos ou políticos a deixar sua terra natal tradicional, e dessa forma existe hoje uma grande diáspora croata além dos limites de sua tradicional terra natal nos Bálcãs).
No total, mais de 4,4 milhões de croatas estão sendo chamados a votar, entre eles 400.000 no exterior, principalmente na Bósnia vizinha de onde vem o prefeito de Zagreb.
Os dois candidatos oferecem um programa semelhante, comprometendo-se, principalmente, a conseguir a integração da Croácia na UE antes de 2012, assim como combater com firmeza a corrupção que devora a alta hierarquia do governo e das empresas de Estado.
"Se os croatas me escolherem, terão um homem decente como presidente (...) que vai consagrar a volta da moralidade na vida política", prometeu Josipovic.
Por sua vez, Bandic vangloria-se de ter transformado Zagreb numa "capital europeia civilizada" em dez anos na prefeitura da cidade; e se diz capaz de fazer o mesmo pelo país.
Embora social-democratas todos dois, eles têm personalidades totalmente diferentes.
Cabelos grisalhos e postura rígida, Josipovic, 52 anos, é especialista em direito penal internacional mas também compositor de música clássica. É descrito por analistas como candidato com "biografia limpa", isento de acusações de corrupção, mas seus detratores lhe reprovam o fato de ter "pavio curto".
Dinâmico e dotado de um raciocínio rápido, Bandic, 54 anos, de cabelos curtos e barba longa, foi excluído do SDP após ter apresentado sua candidatura como independente. Diplomado em ciências políticas, orgulha-se de ser um "homem de ação".
Seus oponentes lhe reprovam a utilização de uma retórica populista vazia de conteúdo, de não falar nenhuma língua estrangeira e de recusar os debates públicos sobre assuntos sérios, com seus adversários políticos.
O atual presidente, Stipe Mesic, 75 anos, que conclui dois mandatos de cinco anos, dá apoio indireto a Josipovic.
Nesta "república parlamentar", o presidente compartilha os poderes com o governo. Comandante supremo das forças armadas, o chefe de Estado possui atribuições em matéria de política externa e na nomeação dos dirigentes dos serviços de informação.