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Índices de criminalidade caem na era Obama

Agência France-Presse
postado em 09/01/2010 19:54

Washington ; O número de crimes como assassinatos, estupros, roubos de veículos e assaltos a residências caiu drasticamente nos Estados Unidos nos primeiros seis meses de 2009. Em alguns casos, os percentuais foram reduzidos em até dois dígitos comparados ao mesmo período de 2008, segundo informe preliminar do FBI (polícia federal dos EUA).Apear da crise econômica, a esperança após a eleição de Obama pode ser um dos fatores da queda na criminalidade

A queda da criminalidade foi maior nas cidades do que nas áreas rurais, com uma redução de 7% nas zonas urbanas com população de um milhão ou mais de habitantes e de 3,8% nos condados não metropolitanos.

Grandes cidades como Chicago, Nova York e Los Angeles registraram menos assassinatos na primeira metade de 2009 em relação a 2008. E Washington, antes conhecida como a capital nacional do crime, viu cair essa cifra ao nível mais baixo em 40 anos, com o registro de 143 mortes violentas.

"Um dos fatores que contribui para isso é o envelhecimento da população", disse James Fox, professor de justiça criminal da Northeastern University de Boston. "O segmento que mais cresce é o de pessoas com mais de 50 anos. A geração do ;baby-boom; por certo não está inclinada à violência", disse Fox em referência aos nascidos entre 1948 e 1962.

No total, 94 milhões de americanos ; cerca de um terço da população ; tem mais de 50 anos, segundo dados do Escritório de Censos.

Já o aumento do crime que muitos acreditavam acompanhar a atual crise da economia americana nunca aconteceu, o que não surpreende Fox. "Quando as pessoas perdem seus empregos, não decidem cometer roubos armados para chegar ao fim do mês", assinalou Fox. "Poderiam cometer delitos como desvio de dinheiro, fraude ou falsificação de cheques."

Ficar em casa

Segundo Richard Rosenfeld, professor de criminologia da Universidade de Missouri, "as altas taxas de desemprego significam que as pessoas estão mais inclinadas a ficar em casa, e os assaltantes tendem a evitar as casas ocupadas".

"O período de grandes dificuldades econômicas nos Estados Unidos na década de 1970 coincidiu com a expansão do mercado da heroína. Na de 1980, o declive econômico coincidiu com a expansão do mercado de cocaína", observou Rosenfeld. "Mas, agora, não estamos vendo nada assim. Soma-se a isso o "efeito Obama", afirmou.

"A eleição de Barack Obama foi histórica e muito significativa para os afro-americanos. São justamente os jovens afro-americanos que estão desproporcionalmente envolvidos nos delitos graves, como vítimas ou agressores", disse Rosenfeld.

"É também possível que a mensagem de mudança e esperança de Obama tenha afetado esse segmento da população, servindo para prevenir ligeiramente o crime. Mas isso é especulação e precisa de uma investigação mais ampla", ponderou o professor da Universidade de Missouri.

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