CARACAS - Um carregamento de eletrodomésticos chineses está a caminho da Venezuela, onde o governo os venderá a baixos preços para frear a "especulação" dos comerciantes, depois da maxidesvalorização do dólar adotada na sexta-feira, anunciou nesta quarta o presidente Hugo Chávez.
"Está vindo um navio da China. Trará geladeiras, televisores e máquinas de lavar, que vamos vender a preços mais baratos, como fazemos com os alimentos através da rede Mercal", disse Chávez.
Desde 2003, a rede oficial de estabelecimentos Mercal fornece alimentos a preços subsidiados em zonas populares da Venezuela.
No final de dezembro, o governo venezuelano criou a Corporação de Mercados Socialistas, onde funcionam de restaurantes a concessionárias de veículos, oferecendo produtos a preços mais baratos. "Nós, o Estado, vamos comprar o que devemos importar. Não vamos deixar que os comerciantes especulem com os preços prejudicando o povo", acrescentou.
Na sexta-feira passada, o governo anunciou a desvalorização da moeda local, o bolívar, que se mantinha em 2,15 por dólar desde 2005.
O dólar tem, agora, dois preços oficiais na Venezuela: 2,60 bolívares para produtos de primeira necessidade, remessas e importações do setor público, e 4,30 bolívares para o restante das importações.
Além disso, cada dólar obtido com a venda do petróleo, que dá origem a 90% das divisas, valerá 4,30 bolívares; não mais 2,15.
Um dos objetivos da desvalorização, segundo o governo, é reduzir até 40% as importações do país, dependente de suas compras no exterior, e promover o setor produtivo nacional.