O major foi para o Haiti há quatro meses, e a previsão é de que fique por um ano. Ele passou as festas de fim de ano no Brasil, com a família em Brasília, e retornou ao Haiti no último domingo. Em rápida entrevista à Agência Brasil, a esposa Emília afirmou acreditar que o major usará de toda sua experiência em missões oficiais para aguardar serenamente por socorro. ;Não é para as pessoas perderem as esperanças, porque tem muita vida ali embaixo [dos escombros];.
[SAIBAMAIS]Segundo ela, foi o próprio major quem a ensinou a ter perseverança e não sofrer por antecipação. ;Ele me dizia que a gente não pode sofrer pelo que ainda não aconteceu. Então, enquanto não tivermos uma notícia ruim, ficamos com as notícias boas. É um sinal de que ele está vivo.;
A esposa do major afirmou ainda que conversou com ele na tarde de terça-feira pela internet. À noite, concluiu que o prédio em que ele trabalhava também havia sido atingido, após sucessivas tentativas de contato por telefone. ;Eu sabia desde o início que eles estavam no prédio, só não sabia que tinha caído.;
Natural de Belo Horizonte (MG), Martins dedicou a vida à carreira militar. De acordo com a amiga da família, Márcia Vaz, desde cedo ele estudou em colégios militares, tendo saído de casa aos 16 anos para estudar no Rio de Janeiro. Há três anos, o major atua na área diplomática do Exército, tendo sido escolhido pelo próprio general brasileiro da missão de paz no Haiti, Floriano Peixoto, para atuar como seu secretário direto.