BUENOS AIRES - A Procuradoria argentina questionou nesta quinta-feira (14) o benefício da prisão domiciliar concedida aos acusados no julgamente por crimes políticos cometidos em um campo de extermínio, pelo qual está no banco dos réus o ex-oficial da Marinha Alfredo Astiz, um dos principais repressores da ditadura.
"Um parente ou um amigo não pode ser responsável pela custódia -dos acusados-, o Estado deve garanti-la para evitar uma possível fuga", disse o procurador, Pablo Ouviña, ao questionar o benefício concedido a alguns dos 19 acusados e que permite que compareçam ao tribunal sem custódia policial.
O questionamento foi apresentado nesta quinta-feira no julgamento realizado contra os 19 repressores da Escola de Mecânica da Marinha (ESMA, siglas em espanhol), um dos maiores campos de extermínio da ditadura (1976-83), por onde passaram cerca de 5.000 opositores e apenas cem sobreviveram.
"É um benefício exagerado concedido àqueles que devem estar presos sob condições de segurança extrema, já que estão sendo julgados pelos piores crimes já cometidos na história argentina", disse Myriam Bregman, um dos advogados do julgamento.
Pelo menos quatro dos acusados aguardam o desenlace do julgamento em prisão domiciliar devido a questões de saúde ou por terem superado os 70 anos, enquanto familiares e vítimas da ditadura exigem sua transferência para a prisão.