Agência France-Presse
postado em 16/01/2010 15:59
Carrefour (Haiti) ; Barricadas de pneus incendiados, escombros e pelo menos quatro corpos bloqueavam a estrada principal que liga a capital do Haiti à cidade de Carrefour, neste sábado, enquanto as pessoas protestavam exigindo a remoção dos corpos que apodrecem ao sol."Já foram retirados alguns corpos, mas há muitos, muitos mais", indicou o sacerdote vodu Charles Weber, de 52 anos, em meio à multidão de cerca de 40 manifestantes que se concentravam nas imediações da barreira improvisada em chamas.
Enquanto Weber falava, uma viatura policial da combalida Força Nacional haitiana foi obrigada a dar meia volta rapidamente para evitar a ira dos moradores.
Funcionários das Nações Unidas advertem que não podem estender suas operações às áreas próximas até que haja garantias de segurança.
As Nações Unidas e outras agências internacionais de ajuda concentram suas atividades de assistência no centro de Porto Príncipe.
Uma equipe da ONU indicou neste sábado que Carrefour, uma pobre cidade a oeste de Porto Príncipe, com 334.000 habitantes tinha sido destruída em 40-50% pelo terremoto de magnitude 7,0 de terça-feira passada.
Quase 90% das construções da cidade vizinha de Leogane, também na mesma direção, estavam danificadas pelo terremoto.
Leogane, a área "mais afetada" fora da capital, segundo Elisabeth Byrs, porta-voz da Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, é atualmente o túmulo de cerca de 10.000 pessoas, muitas delas presas dentro das construções que desabaram.
A ONU ativou um centro de operações no aeroporto central de Porto Príncipe para coordenar as equipes de busca e resgate de 27 países.