postado em 16/01/2010 16:14
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, estimou que os militares brasileiros poderão passar mais cinco anos no Haiti, onde comandam a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), desde junho de 2004. O prazo da presença e o comando brasileiros na Força de Paz dependerão dos desdobramentos da ação humanitária e da reconstrução do país.A Força de Paz com contingente de 6.700 homens de 16 países está no Haiti cumprimento de um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), que há seis anos atendeu o pedido do governo interino haitiano para que uma força internacional apoiasse transição política pacífica e constitucional e mantivesse a segurança interna do país mais pobre do ocidente.
;O batalhão não pode se afastar da sua missão;, disse em Brasília o general Jorge Armando Félix, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, após a 7; reunião do gabinete de crise do governo federal que acompanha a situação do Haiti.
Segundo Félix, a Força de Paz tem uma missão diferente da ação humanitária e voltará a se ocupar da segurança interna. ;Progressivamente cada um vai ocupar o seus espaços;, disse, fazendo menção à Força de Paz e a outros contingentes que estão chegando ao Haiti para prestar auxílio. Os Estados Unidos preparam-se para mandar 10 mil homens para o país
Félix afirma que o governo brasileiro não sabe se terá de aumentar efetivo de militares na Força de Paz, prorrogar presença no Haiti ou se será necessário mudar o mandato da Minustah. Ele, no entanto, avalia que a presença brasileira nos últimos seis anos,;impõe quase uma obrigação; de que o país aumente e mantenha ajuda. Segundo ele, um novo contingente de militares brasileiros já está preparado para substituir os soldados que estão no país.
Conforme o Almirante Paulo Zúccaro, subchefe de Comando e Controle do Estado Maior do Ministério da Defesa, ;é possível que haja mudança;, mas por enquanto a Força de Paz continua cumprindo tarefas de segurança determinadas pelo mandato da ONU. ;Essa é atribuição principal;, disse o embaixador Antônio Simões, subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores.
Para o diplomata, o Haiti ;está em uma situação limite; e para mudar o mandato ;é preciso que haja avaliação;. O embaixador negou que a expressiva presença americana pós-terremoto possa gerar situações de duplo comando. Segundo ele, ;tudo se passa em clima de harmonia e entendimento;. Há uma preocupação do governo brasileiro dwe que a situação do país após o terremoto gere instabilidade e traga situações de descontrole e até guerra civil.