postado em 18/01/2010 10:10
A vitória do candidato de oposição no Chile, Miguel Sebastián Piñera, sobre o candidato governista, Eduardo Frei Ruiz, não deve provocar grandes mudanças no cenário chileno, de acordo com o professor da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Eduardo Vidigal.[SAIBAMAIS]A disputa foi a mais apertada das duas últimas décadas no país ; Piñera obteve 51,8% dos votos contra 48,1% de Frei. Para o professor, o fato de a atual presidente do Chile, Michele Bachelet, não ter conseguido transferir os mais de 80% de popularidade a Frei se deve à má escolha do candidato, que já tinha uma imagem desgastada.
;O Chile tem uma extensão internacional muito particular e as mudanças serão poucas. Continuará com uma política econômica essencialmente liberal e um diálogo fluido com os vizinhos da região, porém, com alguma distância;, disse, ao comentar o cenário sul-americano. Além disso, a relação amistosa entre a presidente Bachelet e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o professor, deve ser mantida.
Vidigal explicou que a direita que vai assumir a presidência do Chile não é a mesma comandada pelo ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990). Segundo ele, o partido já se converteu para o centro e provavelmente irá manter as principais políticas desenvolvidas pela coligação Concertación (de centro-esquerda) nos últimos 20 anos.
Ele descartou a possibilidade de o Chile ingressar no Mercosul após as eleições deste ano. Atualmente, o país aparece como associado ao bloco, mas não como membro. ;A mudança de governo não interfere;, afirmou, destacando que o governo chileno adota tarifas de importação muito baixas para os países do Mercosul.
Ao avaliar a possibilidade de um governo de coalisão no Chile, Vidigal não acredita que Frei possa fazer parte do governo de Piñera, mas considera provável que outros membros da Concertación tenham participação. ;A proximidade dos dois candidatos é muito grande, os pais eram amigos;, disse.