Os norte-americanos reforçaram a presença na região central de Porto Príncipe, capital do país, e no aeroporto, dificultando a ação dos brasileiros.
A informação sobre o telefonema de Obama para Lula foi dada à Agência Brasil pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. Segundo ele, a conversa telefônica foi tranquila e o impasse está solucionado.
De acordo com Garcia, Obama assegurou a Lula que os militares norte-americanos cuidarão exclusivamente da ajuda humanitária e deixarão a parte de segurança com os brasileiros, que comandam a Força de Paz da Organização das Nações Unidas no Haiti desde 2004.
;Não há mais problema algum. O que ocorreu foi uma ação isolada, provavelmente de algum oficial mais arrogante;, disse Garcia. Nos bastidores, militares brasileiros teriam se queixado de uma suposta estratégia dos militares dos Estados Unidos de divulgar que houve aumento de violência no Haiti para desmoralizar o trabalho das Forças Armados do Brasil.
O assessor especial da Presidência disse também que o governo brasileiro estuda a possibilidade de enviar nos próximos dias mais militares para o Haiti. Isso será definido durante reunião de Lula com os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e da Defesa, Nelson Jobim.
A ação dos militares brasileiros no Haiti, destacou Garcia, foi reconhecida internacionalmente. Isso, acrescentou, indica que as Forças Armadas do Brasil devem ser mantidas em Porto Príncipe e outras cidades. ;Houve inúmeros elogios e reconhecimentos. Os militares brasileiros são respeitados e estimados. Isso é muito importante.;
As Forças de Paz das Nações Unidas no Haiti reúnem 7 mil homens, de 16 países. O Brasil mantém 1.266 militares em Porto Príncipe e outras regiões do país.
Garcia representou o governo do Brasil na cerimônia da segunda posse do presidente da Bolívia, Evo Morales, hoje (22), em La Paz. Ele acompanhou a solenidade especial realizada nesta sexta-feira e a de ontem, na qual Morales foi consagrado líder espiritual dos bolivianos em uma cerimônia indígena.