Agência France-Presse
postado em 23/01/2010 16:35
Israel está se encaminhando para uma nova guerra contra o movimento radical xiita Hezbollah, indicou neste sábado (23/01) Yossi Peled, ministro sem pasta do governo israelense, citado pela rádio militar e pelo site de notícias Ynet."Estamos no caminho de um novo confronto no norte, mas eu não sei quando acontecerá, da mesma forma que não sabíamos quando a segunda guerra do Líbano irromperia", declarou Peled, que também é general da reserva.
Em 2006, as tropas de Israel entraram no sul do Líbano para combater o Hezbollah, que vinha fazendo ataques contra seu território. Mais de 1.200 libaneses morreram, assim como 160 israelenses, a maioria soldados.
O Hezbollah integra a coalizão governamental formada em novembro pelo primeiro-ministro Saad Hariri, que tem o apoio dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. O grupo permanece como única facção armada do Líbano no período pós-guerra civil (1975-1990).
"Embora o Hezbollah faça parte do governo libanês, o governo não tem influência sobre ele", destacou Peled, acrescentando que Israel responsabilizará o grupo xiita e a Síria, seu aliado, por qualquer ataque contra o país.
"Ao contrário de muitos outros (oficiais), eu não considero a paz como um fim em si, e sim como um meio para garantir nossa existência", disse o ministro e general.
Horas após os comentários de Peled, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um comunicado ressaltando que "Israel não deseja de forma alguma um conflito com o Líbano".
Israel, afirmou Netanyahu, busca "a paz com o Líbano e com todos os seus vizinhos".
Nas últimas semanas, o governo israelense fez várias advertências neste sentido, afirmando que qualquer ataque por parte do Hezbollah será respondido com força.
Na semana passada, o ministro da Defesa israelense Ehud Barak alertou o Hezbollah e o Líbano contra qualquer tentativa de prejudicar a "calma" reinante na fronteira entre os dois países.