Agência France-Presse
postado em 25/01/2010 09:33
Um Boeing 737 da companhia Ethiopian Airlines com 90 pessoas a bordo, caiu nesta segunda-feira (25/01) na costa do Líbano, pouco depois de ter decolado do aeroporto de Beirute. Autoridades libanesas descartam que possa ter sido um ato de terrorismo.
"Até agora, descartamos qualquer ato de sabotagem", declarou o presidente libanês, Michel Sleimane. "É um drama doloroso, um acontecimento trágico. Não pouparemos esforços na busca por sobreviventes", acrescentou.
As autoridades decretaram imediatamente um dia de luto.
Segundo o primeiro-ministro Saad Hariri, 18 corpos foram encontrados próximo do local do acidente, a cerca de 2,5 milhas náuticas de Nameh, localizada 12 km ao sul de Beirute.
"Os esforços se concentrarão durante 72 horas na busca por eventuais sobreviventes", disse uma autoridade do Ministério da Defesa.
O ministro dos Transportes, Ghazi Aridi, indicou que o voo 409 da Ethiopian Airlines perdeu contato com a torre de controle do aeroporto de Beirute pouco depois de ter decolado, às 02h30 locais (22h30 de domingo em Brasília), com destino a Addis Abeba. Testemunhas disseram ter visto uma bola de fogo afundando no mar.
Uma autoridade do Ministério da Defesa indicou que o avião se partiu em quatro pedaços antes de cair e que os investigadores tentam determinar se a aeronave foi atingida por um raio.
As condições meteorológicas estão muito ruins há dez dias na região, atingida por tempestades e fortes chuvas.
Os parentes dos passageiros, muitos deles inconsoláveis, estavam na sala VIP do aeroporto de Beirute à espera de notícias.
"Sei que não o encontrarão", dizia soluçando uma mulher, cujo marido viajava no avião.
A aeronave levava 83 passageiros e sete tripulantes, de acordo com a lista de embarque.
Entre os passageiros há 54 libaneses (incluindo duas crianças e três pessoas com dupla nacionalidade britânica, russa e canadense), assim como 22 etíopes, uma francesa e um britânico.
A passageira francesa foi identificada como Marla Sanchez Pietton, esposa do embaixador da França em Beirute, indicou a embaixada francesa à AFP.
O exército libanês, a Marinha e a força interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) auxiliam as equipes de socorristas no local da catástrofe, indicou o ministro dos Transportes.
Um helicóptero da ONU proveniente do Chipre e um navio alemão da Finul também estão na área e os Estados Unidos se ofereceram para participar das buscas com um avião de vigilância submarina P-3, de acordo com uma autoridade do Ministério da Defesa.
Milhares de etíopes trabalham no Líbano e a companhia aérea etíope assegura regularmente voos entre Beirute e Addis Abeba.
Vários libaneses que trabalham na África fazem escala em Addis Abeba.
Aridi indicou que uma comissão de investigação foi iniciada para analisar as causas do acidente, e que o Líbano entrou em contato com os países vizinhos para pedir ajuda nas operações de socorro.
"Entramos em contato com todos os que podem prestar assistência, dentro e fora do país", disse.