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Ali Químico é enforcado no Iraque

Agência France-Presse
postado em 25/01/2010 12:39
Ali Hassan al-Majid, mais conhecido como Ali Químico, condenado a morte quatro vezes, uma delas pelo massacre de 5 mil curdos em 1988, foi executado nesta segunda-feira (25/01), anunciou o porta-voz do governo iraquiano, Ali Dabbagh. "O réu Ali Hassan al-Majid foi executado por enforcamento hoje, conforme a lei e a Constituição, devido aos assassinatos e crimes contra a humanidade cometidos", anunciou o porta-voz em comunicado. Dabbagh afirmou que a execução do primo de Saddam Hussein transcorreu "sem nenhum tumulto, nem gritos de alegria nem insultos". No dia 17 de janeiro, Ali Químico foi, pela quarta vez, condenado à morte, pelo massacre de 5 mil curdos em 1988, uma decisão saudada como uma "vitória" e recebida com uma explosão de alegria no Curdistão. Primo de Saddam Hussein, ele foi o temido braço direito do ex-ditador durante 35 anos, disposto a tudo para esmagar qualquer tentativa de rebelião no país. Agente de ligação militar até o golpe de Estado que levou o partido Baath ao poder em 1968, Majid recebeu o apelido de Ali o Químico por ter ordenado em 1988 o bombardeio com gás da cidade curda de Halabja, matando milhares de homens, mulheres e crianças. Ali Químico foi o secretário-geral do Baath no norte do país entre 1987 e 1989, coordenando o Exército, a direção da Segurança Geral e a Inteligência militar envolvidos na feroz repressão contra os curdos. "Eu dei a ordem de destruir aldeias e realocar os moradores. Não me arrependo. Não peço desculpas. Não cometi nenhum erro", havia declarado Majid, referindo-se à repressão da insurgência curda, a campanha Anfal, que deixou quase 180 mil mortos em 1987 e 1988. Assim como Saddam Hussein, Ali Químico foi criado na região de Tikrit (norte), onde nasceu em 1941 segundo o tribunal penal, em 1944 segundo o que disse a este mesmo tribunal. Também apelidado "o açougueiro do Curdistão", ele conduziu em maio de 1987 uma política implacável de terra queimada naquela região, através de uma ampla operação de evacuação da população e do gado, levados à força perto das fronteiras com a Arábia Saudita e a Jordânia, longe das áreas tradicionais de implantação curdas. Ali Químico ainda supervisiou a ocupação do Kuwait, considerada na época pelas autoridades como a "19ª província do Iraque". Entre agosto e novembro de 1990, ele foi o governador sanguinário deste país invadido pelo exército iraquiano antes de recuperar, em fevereiro de 1991, o cargo de ministro dos Assuntos Locais. Em fevereiro de 1996, ele mandou executar seus próprios sobrinhos, Hussein Kamel e Saddam Kamel, culpados de denunciar as atrocidades do regime iraquiano. Membro do Conselho do Comando da Revolução (CCR, mais alta instância dirigente do regime de Saddam Hussein), Ali Químico foi escolhido para comandar a região militar do sul, com a missão de defendê-la contra a ofensiva norte-americana de março de 2003. A região sul foi a única que resistiu às forças da coalizão. Ele foi capturado pelas forças americanas no dia 21 de agosto de 2003, após passar vários meses foragido.

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