Agência France-Presse
postado em 25/01/2010 19:50
O novo Congresso hondurenho instalou nesta segunda-feira a primeira das quatro legislaturas anuais com uma cerimônia solene em que participou o presidente eleito, o conservador Porfírio Lobo, que tomará posse na próxima quarta-feira.O presidente Roberto Micheletti, que se retirou das funções públicas no dia 21 de janeiro para evitar "uma distração no processo de troca de poder" e facilitar a aceitação das novas autoridades pela comunidade internacional, não assistiu à cerimônia.
Mas o presidente enviou ao Congresso uma carta de um hospital onde se internou na noite de domingo para exames de rotina, após uma hipoglicemia ocorrida há algumas semanas, segundo um dos porta-vozes.
"Razões de força maior como a hospitalização de emergência me impedem de estar presente em tão importante e solene cerimônia", falou Micheletti na nota lida no Congresso, onde em seguida foi aplaudido de pé pelos deputados.
Também recebeu sonoros aplausos o Chefe de Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general Romeo Vásquez, que, junto com Micheletti e funcionários de alto escalão do Supremo Tribunal, encabeçaram o golpe de estado que depôs o presidente Manuel Zelaya, no último dia 28 de junho.
No discurso de instalação, o presidente do Legislativo, Juan Orlando Hernández, chamou os deputados a "criar a unidade, a reconciliação e o perdão", entre todos os hondurenhos "erradicando as causas que os dividiram".
"Devemos todos nos sentar e trabalhar nas reformas que nos assegurem uma melhor distribuição da riqueza dando a cada um o que é seu sem prejudicar ninguém", falou.
Lobo, do opositor Partido Nacional assumirá na próxima quarta-feira a presidência com o objetivo de unir os hondurenhos, divididos pelo golpe de Estado que depôs Zelaya, e melhorar a qualidade de vida da população.
O futuro presidente se comprometeu a garantir a saída de Zelaya da embaixada do Brasil - onde está refugiado desde o dia 21 de setembro - para que possa viajar para a República Dominicana.