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Chávez enfrenta mudanças no gabinete depois da renúncia de seu vice

Agência France-Presse
postado em 26/01/2010 10:42
O presidente venezuelano Hugo Chávez designará nas próximas horas novos titulares para a vice-presidência e o ministério da Defesa, depois da renúncia apresentada por Ramón Carrizález, que exercia ambos os cargos desde 2008. [SAIBAMAIS]Carrizález renunciou ao cargo na segunda-feira (25/01) alegando motivos pessoais, segundo informaram seus assessores em nota à imprensa. De acordo com o texto oficial, a decisão foi tomada em meio "à onda de rumores dos últimos dias". "Sua saída não é causada por nenhuma discrepância em relação a decisões do governo e qualquer versão diferente é falsa e tendenciosa", diz a nota. Junto com ele, também apresentou demissão ao presidente Hugo Chávez a esposa de Carrizález que ocupava, até hoje, o cargo de ministra para o Ambiente, Yubirí Ortega. A demissão foi aceita pelo presidente, que agradeceu "sua atuação como vice-presidente", segundo a ministra da Informação Blanca Eckhout, em breve declaração à rede de televisão oficial VTV. Desde sábado corriam informações sobre a saída do governo de Carrizález por supostos atritos com o chefe de Estado. Carrizález, de 59 anos, é coronel da reserva que ocupou diversos cargos no governo Chávez, entre eles os ministérios da Infraestrutura e da Habitação. Era vice-presidente desde 2008 e ministro da Defesa desde março de 2009. Segundo o jornal El Universal, de Caracas, o Ministério da Defesa seria ocupado pelo general Carlos Mata Figueira; mas o nome do futuro vice-presidente ainda não foi anunciado. Há informações de que Carrazález teria discutido com um outro ministro, durante uma reunião, tendo sido desautorizado, em seguida, pelo presidente Hugo Chávez. Durante sua gestão, o vice-presidente denunciou agressões por parte da Colômbia, país com que Caracas congelou suas relações em julho passado ante a alegada ameaça que representaria para o governo um acordo militar que permitirá às tropas americanas operarem de forma controlada em pelo menos sete bases colombianas. As renúncias de Carrizález e Ortega acontecem depois da saída do primeiro titular do recém-criado ministério da Energia Elétrica, Angel Rodríguez, a quem Chávez pediu para abandonar o cargo depois de quatro meses de sua nomeação em função de um fracassado plano de cortes programados no serviço de energia em Caracas, que durou pouco menos de 24 horas. Atualmente, o cargo é ocupado por Alí Rodríguez, cujo posto anterior como ministro das Finanças foi assumido pelo titular do gabinete de Planejamento, Jorge Giordani, que permanece à frente de ambas as pastas. Outra mudança recente no gabinete venezuelano aconteceu com a renúncia do ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Jesse Chacón, que saiu do Executivo depois que seu irmão se viu envolvido num escândalo bancário, que terminou com a intervenção e o fechamento de várias instituições financeiras. As novas designações no gabinete de Chávez serão realizadas em meio a um ambiente de manifestações estudantis em solidariedade ao canal privado RCTV, crítica do governo e suspensa pelas operadoras de tv a cabo no país depois de não se submeter a uma lei que as obriga a difundir as mensagens presidenciais.

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