postado em 27/01/2010 08:31
O governo brasileiro resiste à ideia de reconhecer e legitimar as eleições que consagraram Porfirio "Pepe" Lobo Sosa como presidente de Honduras. No próximo mês, no entanto, durante reunião do Grupo do Rio no México, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode mudar de opinião e aceitar o novo governo do país vizinho. Antes, porém, deverá reiterar sua indignação com o golpe de Estado que depôs o então presidente Manuel Zelaya em junho do ano passado.
[SAIBAMAIS]Para o governo brasileiro, é inadmissível aceitar eleições que foram realizadas em clima de golpe de Estado. "Pepe" Lobo foi eleito em 29 de novembro de 2009 - cinco meses após o golpe e na gestão do presidente golpista Roberto Micheletti.
Lula, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, se manifestaram contra o golpe e a favor da restituição de Zelaya ao poder. No entanto, "Pepe" Lobo assume com Zelaya ainda hospedado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa (capital de Honduras).
Garcia sinalizou que na reunião da Cúpula do Rio - que será realizada de 20 a 23 de fevereiro em Cancún (México) - o governo brasileiro poderá rever sua posição em relação à eleição de "Pepe" Lobo e ao futuro governo de Honduras. No entanto, manterá o discurso de crítica a ações golpistas e antidemocráticas.