LIMA - O governo peruano evacuava nesta sexta-feira os últimos dos mais de 2.500 turistas que ficaram ilhados em Machu Picchu após os deslizamentos, enquanto estima-se que a ferrovia, principal forma de acesso à cidade inca, ficará fora de serviço por pelo menos dois meses.
O céu limpo em Cuzco permitiria finalizar o resgate dos últimos 800 turistas de várias nacionalidades que ainda esperam em Aguas Calientes, ao pé de Machu Picchu, onde estão desde domingo.
Durante a manhã, cerca de 300 turistas foram retirados por 12 helicópteros - seis deles dos EUA - com destino a Ollantaytambo para depois pegarem um ônibus até Cuzco, disse o ministro do Turismo, Martin Pérez.
Os turistas jovens que ainda estão em Aguas Calientes se juntaram às tarefas de proteção do povoado carregando pedras para levantar muros de contenção e frear o transbordamento do rio Vilcanota e assim evitar inundações.
Um turista brasileiro ainda ilhado na região disse para uma rede de televisão local que estão "ajudando solidariamente para proteger a população enquanto esperam que venham resgatá-los".
A ação feita por esses turistas se assemelha a uma brigada internacional, com ingleses, argentinos, mexicanos, chilenos, brasileiros, espanhóis e franceses, entre outros.
Apesar do povoado de 8 mil habitantes sofrer com falta de hospedagem - fazendo com que a estação de trens se convertesse em dormitórios improvisados - muitos turistas querem ficar. "A ponte aérea será mantida até evacuarmos todos os turistas, ainda que alguns que não tenham muita vontade de sair; mas vamos retirar todos eles de forma obrigatória", falou o ministro Pérez.
À medida que a evacuação de turistas chega ao fim, cresce a preocupação sobre o impacto do dano sofrido na ferrovia que leva a Machu Picchu, em uma região que vive principalmente do turismo.
Estima-se uma demora de dois meses para reparar os danos causados na ferrovia pelos deslizamentos, que afetaram vários trechos.