HAVANA - O titular do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, pediu nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, gestos concretos maissignificativos que "retórica e bons modos", para reparar as relações entre os dois países, que se enfrentam politicamente há meio século.
Ao encerrar um encontro entre autoridades e cubanos emigrados, Alarcón afirmou que "a retórica e os bons modos não bastam para ocultar os feitos que provam que pouco mudou no império (Estados Unidos) no último ano".
Alarcón exigiu que Obama libere "imediatamente e sem condições" Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González, detidos em 1998 em Miami e considerados "heróis" pelo governo cubano, que os reconhece como agentes, mas encarregados de vigiar os grupos contrários aos Castro (Fidel e Raul).
O chefe do Parlamento também exigiu que Obama acabe com o embargo que Washington aplica à ilha desde 1962, e termine "de uma vez por todas, com a impunidade feita pelos seus antecessores e que se estende até agora" aos opositores de Castro - Luis Posada Carriles e Orlando Bosch.
Carriles, processado atualmente nos Estados Unidos por perjúrio, e Bosch, são assinalados por Havana como autores intelectuais de um atentado contra um avião cubano em 1976 em que morreram 73 pessoas.
Desde que chegou ao poder há um ano, Obama levantou restrições às viagens de cubano-americanos à ilha e ao envio de remessas, mas sustenta que se Cuba não avançar em direitos humanos e em democracia, não terminará com o embargo.