Agência France-Presse
postado em 01/02/2010 18:43
Poupado do congelamento dos gastos decidido pelo governo americano, o Pentágono contará em 2011 com um orçamento em leve alta, de 700 bilhões de dólares, que se focalizará mais no combate aos extremistas do que nos conflitos convencionais.
O orçamento anterior era de 680 bilhões de dólares.
O crescimento é modesto, mas não deixa de ser simbólico, num momento em que o presidente Barack Obama anunciou um congelamento das despesas por um período de três anos, fora os programas sociais e a segurança, para reduzir o déficit gigantesco dos Estados Unidos.
O projeto de orçamento apresentado nesta segunda-feira ao Congresso está em grande parte articulado nos dois conflitos em que o país está envolvido, no Iraque e no Afeganistão, que já custaram mais ou menos um trilhão de dólares aos contribuintes desde 2001.
De acordo com dirigentes americanos, o governo ainda vai pedir 30 bilhões de dólares suplementares para financiar as operações nestes dois países, sendo que 11,6 bilhões serão investidos no reforço das tropas afegãs.
O presidente Obama também vai solicitar uma verba imediata de 33 bilhões para financiar o envio dos 30 mil homens decidido em dezembro como parte de sua nova estratégia para o Afeganistão.
Entre as despesas ligadas ao equipamento, o orçamento prevê 9,6 bilhões de dólares para helicópteros e 2,7 bilhões para os aviões sem piloto utilizados para bombardear os rebeldes.
O Pentágono pretende multiplicar por dois o número de MQ-9 Reapers, os aviões sem piloto capazes de transportar bombas cuja utilização transformou as táticas aplicadas no terreno.
As forças especiais - comandos que desempenham um papel crucial na luta contra a Al-Qaeda e a formação das tropas aliadas, receberão 6,3 bilhões de dólares para o equipamento, a formação e o financiamento de 2.800 novos soldados.
Ao contrário do orçamento anterior, o projeto para 2011 não corta quase nenhuma despesa e deverá criar menos atritos no Congresso que o anterior, cujo principal problema foi o abandono do programa do caça F22.
No projeto de relatório sobre os orientações da estratégia dos Estados Unidos no longo prazo, que deve ser entregue ao Congresso, o Pentágono afirma que a prioridade é "ganhar as guerras de hoje", entre elas as do Afeganistão e do Iraque, e destaca que as forças americanas devem participar do "desmantelamento das redes terroristas".
O relatório preconiza abandonar a estratégia convencional para os conflitos armados para se concentrar nas ameaças mais difusas representadas por extremistas capazes de utilizar armas de destruição em massa, ou pelo ciberterrorismo.