Mundo

Conferência sobre segurança de Munique debaterá aumento do poder chinês

Agência France-Presse
postado em 03/02/2010 16:58
Os objetivos diplomáticos do presidente americano Barack Obama após um ano no cargo e o aumento do poder da China serão os principais temas da conferência sobre a segurança a ser realizada no final de semana em Munique, sul da Alemanha. Yang Jiechi será o primeiro chanceler chinês a participar, na tarde de sexta-feira, destas discussões sobre segurança, que reúnem há 46 anos dirigentes políticos e especialistas do mundo inteiro. [SAIBAMAIS]"Só se pode responder às questões atuais de segurança pensando de forma global, e isso significa envolver a Ásia", declarou Wolfgang Ischinger, o diplomata alemão responsável pela organização da cúpula. A atitude de Pequim será estudada com atenção, num momento em que as relações com Washington estão tensas, principalmente por causa da venda de armas dos Estados Unidos a Taiwan. Jiechi pronunciará um discurso sobre os problemas de segurança decorrentes do aquecimento global, e os referentes à alimentação mundial. Os participantes do evento também falarão da visão estratégica de desarmamento nuclear proposta por Obama, com o possível acordo com Moscou sobre um novo instrumento para substituir o tratado de redução das armas estratégicas (START) concluído em 1991 e que expirou em dezembro. Além disso, a Rússia e os Estados Unidos vão participar em maio de uma cúpula internacional de acompanhamento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). O programa nuclear do Irã também será mencionado, num momento em que Estados Unidos, França, Alemanha e Grã-Bretanha buscam o apoio da Rússia e da China para reforçar as sanções contra Teerã, acusado de querer a arma atômica. Entre os cerca de 300 diplomatas e dirigentes presentes na conferência de Munique, estarão o senador americano John Kerry, ex-candidato democrata à Casa Branca; o general James Jones, conselheiro de Obama para os assuntos de segurança nacional; e Richard Holbrooke, emissário americano para o Paquistão e o Afeganistão. No ano passado, o vice-presidente americano Joseph Biden prometeu em Munique um "novo tom" em matéria de política externa e uma renovação das relações com Moscou. "Depois de um ano de grandes visões, cresce a pressão para que estas belas palavras sejam concretizadas", disse Ischinger. O presidente afegão, Hamid Karzai, e altos dirigentes do Paquistão, de Israel e da Palestina também participarão da cúpula. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, cuja presença havia sido anunciada pelos organizadores, não comparecerá. A Rússia será representada por seu chanceler, Serguei Lavrov, cujas declarações são muito aguardadas, sobretudo as referentes às relações entre Moscou e a Otan e à questão iraniana. Há três anos, o então presidente russo Vladimir Putin viajou à Munique para denunciar em termos contundentes a política considerada agressiva e unilateral do presidente dos Estados Unidos da época, George W. Bush. Desde então, o sucessor de Bush já se pronunciou em favor do desarmamento nuclear e desistiu de um polêmico projeto de instalar um escudo antimísseis na Europa Oriental.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação