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Shannon nega que relação entre Brasil e Irã cause constrangimento aos Estados Unidos

postado em 04/02/2010 18:21
O embaixador do Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, que acaba de assumir o posto, negou nesta quarta-feira (4/02) que a aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o iraniano Mahmoud Ahmadinejad cause constrangimentos a seu país. Shannon tentou minimizar o mal-estar provocado pela visita de Ahmadinejad ao Brasil no ano passado, mas condenou o programa nuclear e a política de direitos humanos e sociais adotada pelo governo iraniano.

[SAIBAMAIS];O Brasil é soberano e vamos respeitar suas posições;, disse Shannon, na primeira entrevista coletiva desde que assumiu o posto. ;[Mas nos preocupa] o programa nuclear do Irã e sua falta de transparência, a política do governo iraniano sobre direitos humanos e maneira como obriga à prática da religião [muçulmana] no país;, afirmou.

Perguntado se houve uma espécie de autorização do governo do presidente Barack Obama para Lula se aproximar de Ahmadinejad, o embaixador rebateu: ;O Brasil não precisa pedir licença. Vamos respeitar as posições do Brasil. Temos um diálogo intenso com o Irã e outros países;, afirmou o diplomata, em um português fluente.

Shannon sugeriu que o governo de Ahmadinejad reveja suas posições, que supostamente contrariam os princípios democráticos. ;Todos os países têm de medir a eficiência da sua democracia;, afirmou ele. ;Todos os países têm de medir suas ações.;

Para o embaixador, a aproximação do governo brasileiro com o Irã está de acordo com as orientações do Conselho de Segurança das Nações Unidas. ;O Brasil está trabalhando de maneira cooperativa com outros países do Conselho de Segurança das Nações Unidos.;

Lula afirmou, em mais de uma ocasião, que apoia o programa nuclear do Irã para fins pacíficos. O Brasil desenvolve pesquisas na área de energia nuclear e integra o grupo de países que assinaram o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Na prática, são países que se comprometem a não fabricar armas nucleares.

No entanto, autoridades estrangeiras especialistas no setor levantam suspeitas sobre o programa nuclear iraniano. Para os especialistas, há ameaças de que usinas iranianas se destinem à fabricação de bombas a partir do urânio enriquecido. Ahmadinejad nega as acusações.

Shannon não mencionou a possibilidade de o governo do Irã negociar com o Brasil um intercâmbio para que o urânio produzido em terras iranianas seja enriquecido em solo brasileiro. <-- .replace('

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