Agência France-Presse
postado em 05/02/2010 18:36
Um grupo cubano de direitos humanos da oposição denunciou nesta sexta-feira que ao menos 35 dissidentes foram detidos temporariamente nesta semana e alguns "apanharam" da polícia na cidade de Camaguey, a 530 km de Havana.
[SAIBAMAIS]A (ilegal) Comissão de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) informou em um comunicado que pelo menos 23 opositores foram "brutalmente golpeados e detidos" na última quarta-feira, após "realizarem uma manifestação pelas ruas da cidade".
Os dissidentes protestavam "contra as condições cruéis e desumanas" que o prisioneiro Orlando Zapata recebe na cadeia, onde está em greve de fome desde dezembro, segundo o presidente da CCDHRN, Elizardo Sánchez.
Outros 14 opositores foram detidos na quinta-feira em uma casa de Camaguey, onde coordenavam "ações de solidariedade" a favor de Zapata, considerado como "prisioneiro de consciência pela Anistia Internacional", desde 2003, segundo o texto.
"Quase todos os detidos foram libertados, exceto cinco que permanecem" nas unidades da polícia em Camaguey e Guantánamo, acrescentou a CCDHRN, que também expressou preocupação pelo "estado crítico" de Zapata e pediu ao governo que o coloque "em liberdade de maneira incondicional".
Sánchez lembrou que "o ato de repressão por parte da polícia política" foi dirigido no mais alto escalão do Partido Comunista de Camaguey.
Em seu informe anual, divulgado no último mês de janeiro, a comissão estimou que a situação dos direitos humanos em Cuba segue como "a pior do continente", com 201 presos políticos, e que em 2009 foi mantida a política de repressão, intimidação e prisões temporárias dos opositores.
O governo sustenta que na ilha não há presos políticos, e sim pessoas detidas por serem "mercenários" dos Estados Unidos ou por agirem contra a segurança do Estado.