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Crescimento urbano e exportações agrícolas: as principais causas do desmatamento

Agência France-Presse
postado em 07/02/2010 18:27
PARIS - As duas principais causas do desmatamento nos países tropicais são o crescimento da população urbana e as exportações agrícolas, segundo um estudo publicado neste domingo pela revista especializada Nature Geoscience. Muitas pessoas acreditam que é possível proteger as florestas reduzindo a população das áreas rurais e incentivando os moradores a não desmatarem. Porém, segundo a equipes de pesquisadores comandada por Ruth DeFries, da Universidade de Columbia, a urbanização é a maior responsável pelo desmatamento, ao provocar uma elevação do nível de vida marcada por um consumo maior de produtos agrícolas, sobretudo de origem animal. "Nas próximas décadas, quase todo o crescimento demográfico se dará nas cidades, e não no campo, o que vai impulsionar a demanda de utilização das paisagens rurais para a produção agrícola comercial", destacaram os autores do estudo. Os cientistas compararam indicadores econômicos e demográficos de 41 países da América Latina e da Ásia com dados sobre o desmatamento colhidos por satélites entre 2000 e 2005. Eles constataram que o recuo das florestas é maior nos lugares onde a urbanização cresce rapidamente e o comércio dos produtos agrícolas por habitante é alto. As exportações agrícolas também impulsionam a demanda em terras cultiváveis, frequentemente retiradas da floresta. Ao contrário, não existe uma relação significativa entre crescimento da população rural, associado a um aumento local da demanda, e desmatamento. Assim, as políticas atuais de combate ao desmatamento "não vão responder à principal causa do desmatamento", advertiram os pesquisadores. A advertência foi emitida num momento em que os países ricos prometeram na Cúpula do Clima em Copenhague doar 10 bilhões de dólares em três anos aos países emergentes para combater o aquecimento global. Grande parte desta verba deve ir para a proteção das florestas tropicais, importantes fontes de carbono cuja destruição acelera o aquecimento global. Uma solução para proteger as florestas pode ser melhorar o rendimento das superfícies já desmatadas, sugeriram os autores do estudo.

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