Agência France-Presse
postado em 08/02/2010 19:09
O primeiro-ministro da França, François Fillon, anunciou nesta segunda-feira medidas para favorecer a integração dos estrangeiros e o patriotismo, como parte do polêmico debate sobre a identidade nacional.
Após um seminário promovido pelo governo, Fillon justificou perante jornalistas a necessidade desse debate, lançado em novembro pelo ministro da Imigração, Eric Besson, e impulsionado pelo presidente, Nicolas Sarkozy.
O premiê anunciou a criação de uma comissão de personalidades, formada por historiadores e parlamentares, que será encarregada de trabalhar nas 14 propostas do governo sobre o assunto.
Mais cedo nesta segunda-feira, a oposição de esquerda pediu o fim deste debate, que qualificou de "inútil" e perigoso para a coesão nacional por "estigmatizar" os cinco a seis milhões de muçulmanos que vivem na França.
Fillon expressou o desejo de "divulgar melhor os valores da República", "cultivar o orgulho de ser francês" e "reforçar a integração dos estrangeiros".
Ele sugeriu pregar em todas as salas de aula do país a Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão de 1789, e colocar a bandeira da França na entrada de todas as escolas. O premiê também defendeu um fortalecimento da educação cívica nas escolas.
Fillon ainda anunciou medidas para reforçar o contrato de integração, que tem como objetivo favorecer a inserção social e profissional dos estrangeiros e instaurar "uma relação de confiança e de obrigações mútuas" entre eles e a França. Mais de meio milhão de estrangeiros já assinaram o contrato desde sua criação, em 2003.