Jobim criticou o que chamou de ;radicalizações; e sinalizou que o Brasil poderá manter o apoio ao Irã. ;O Brasil não é contra ninguém. Nós temos a tradição de resolver as coisas no diálogo;, ponderou.
Ele explicou que o enriquecimento de urânio a 20% é necessário para a fabricação de fármacos e alimentos, enquanto o procedimento a 5% serve para a produção de energia elétrica, o que também é feito na Usina de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Questionado se o Brasil deveria comprar a briga em favor do Irã, o ministro rebateu: ;Não sei se seria a favor do Irã ou a favor de nós.;
Apesar das mudanças em seu programa nuclear, o país aposta na manutenção do apoio brasileiro. Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, disse que cabe à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) inspecionar o programa nuclear de seu país e que o presidente Mahmoud Ahmadinejad não quer fechar as portas às negociações para a compra de combustíveis de outros países.
Shaterzadeh ressaltou que ainda que mantém confiança no apoio brasileiro, embora não tenha conversado com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre as mudanças.
;Não vimos razão para conversar com o ministro Celso Amorim, mas o presidente Lula certamente tem convicção de que o programa nuclear [do Irã], assim como o brasileiro, tem fins pacíficos;, disse o embaixador. ;Nós acreditamos completamente no Brasil. Temos interesses comuns, e nenhum país poderia intervir para desfazer essa colaboração.;