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Brasil defende volta de Zelaya a Honduras e acordo com o Irã, diz Celso Amorim

Agência France-Presse
postado em 15/02/2010 13:44
O chanceler Celso Amorim disse nesta segunda-feira esperar que o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, que se encontra na República Dominicana, possa voltar ao país para participar da vida política, após a posse do novo presidente, Porfirio Lobo.

"Para nós, talvez o mais importante dentro desse processo de reconciliação seja criar condições para que o ex-presidente Zelaya, que era o governante legítimo até o dia 27 (de janeiro), possa voltar e participar da vida política de Honduras", declarou Amorim nesta segunda-feira, após uma reunião entre a União Europeia (UE) e o Brasil em Madri.

[SAIBAMAIS]O governo brasileiro não reconhece o presidente eleito de Honduras Porfirio Lobo, que ganhou as eleições de novembro, realizadas durante o governo de Michelleti que sucedeu Zelaya em junho.

Junto com a comunidade internacional, o Brasil condenou o golpe contra Zelaya, que ficou refugiado durante meses na embaixada brasileira em Tegucigalpa, e posteriormente não reconheceu as eleições presidenciais de novembro.

O Brasil tem um diplomata em contato com Honduras para fins administrativos e consulares, explicou Amorim.

O chanceler também declarou que o Brasil está disposto a favorecer o diálogo entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) sobre energia nuclear, enquanto aumentam as ameaças de sanções contra Teerã.

"É importante que haja diálogo: o Brasil segue disposto a favorecer essa conversa entre a Agência e o Irã para garantir ao país a possibilidade de ter um programa nuclear pacífico, e à comunidade internacional a certeza de que esse programa não será desviado para fins militares", declarou.

"Acreditamos que há uma oportunidade de negociar sobre a produção nuclear com o Irã respeitando o direito do país de ter seu programa pacífico" e "há uma possibilidade de se chegar a um acordo", insistiu.

O Brasil defende que o Irã possa ter um programa nuclear para fins pacíficos, ao contrário dos europeus, norte-americanos e outros membros da comunidade internacional.

O Irã começou no dia 9 de fevereiro a enriquecer urânio a 20%, causando protestos nas potências ocidentais, suspeitando que a República Islâmica queira preparar uma arma nuclear se escondendo em seu programa nuclear civil.

O chanceler Celso Amorim expressou há alguns dias sua convicção de que a aplicação de sanções ao Irã, defendida principalmente pelos Estados Unidos, "não dará resultado".

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