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Clinton adverte que Irã está está se transformando em 'ditadura militar

Agência France-Presse
postado em 15/02/2010 19:58
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, alertou nesta segunda-feira que o Irã está aos poucos se transformando em uma "ditadura militar", antes de viajar a Riad, onde buscará o apoio da Arábia Saudita para a implantação de novas sanções contra Teerã por seu programa nuclear. Na Arábia Saudita, onde foi recebida pelo rei Abdullah em uma tenda montada em pleno deserto, Hillary se reuniu com seu par saudita, o príncipe Saud Al Faisal. Em viagem oficial pelo Golfo pérsico em busca de apoio para a implantação de sanções para pressionar o regime iraniano, a secretária de Estado defendeu que os países vizinhos do Irã têm motivos para se preocupar com as ambições nucleares da República Islâmica. Em um encontro com estudantes em Doha, na manhã desta segunda-feira, Hillary afirmou que os Estados Unidos não têm planos de usar a força contra o Irã, e que tentam, ao contrário, reforçar as pressões internacionais sobre o governo iraniano através do Conselho de Segurança da ONU. Estas pressões "apontarão particularmente para as empresas controladas pelos Guardiães da Revolução, que acreditamos estarem suplantando o governo no Irã", disse a secretária, estimando que o país "caminha para uma ditadura militar". Em declarações feitas à imprensa no avião que a levou a Riad, Hillary declarou que os Guardiões da Revolução exercem "um monopólio crescente enm partes importantes da economia" iraniana, e que são "responsáveis pelo programa nuclear". Os Estados Unidos, que discutem com seus aliados a aplicação de novas medidas contra o Irã, anunciou unilateralmente na quarta-feira o refoço de suas sanções contra os Guardiãos da Revolução. Hillary Clinton disse ainda que "o objetivo das sanções é (...) provocar uma mudança de atitude" do governo iraniano. A secretária de Estado mencionou a preocupação de governantes do Oriente Médio com o programa nuclear iraniano. "Muitos governantes me dizem que estão preocupados com as intenções do Irã", já que "não querem viver em uma região onde se sentem ameaçados", ressaltou, acrescentando que estes governantes "sabem que o Irã financia diretamente as atividades terroristas na região". Em outro front, diante uma opinião pública árabe frustrada com a estagnação das negociações de paz entre Israel e os palestinos, Hillary garantiu que "negociações sérias" são possíveis este ano. "Tenho esperanças de que este ano seja marcado pelo início de negociações sérias", disse, em seu encontro com estudantes em Doha. David Hale, adjunto do emissário americano para o Oriente Médio, George Mitchell, viajará nos próximos dias para Ramallah para uma reunião com o presidente palestino Mahmud Abbas, indicaram colaboradores de Hillary, que se reuniu em Doha na noite de domingo com o negociador palestino Saeb Erakat. "O processo de paz é, claro, a principal questão" que será abordada nas conversações com Hillary Clinton, revelou à AFP o porta-voz do ministério saudita das Relações Exteriores, Osama Nugali. "Nossa posição continua sendo a mesma: precisamos que o processo de paz seja retomado", destacou.

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