postado em 17/02/2010 18:23
Brasília ; A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch cobrou hoje (17) do governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, providências efetivas de combate aos abusos contra os direitos humanos.Também recomendou que o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) acompanhe o processo político no país. A entidade sugere que o Irã investigue as denúncias de forma transparente e puna os responsáveis.
De acordo com a Human Rights Watch, o governo Ahmadinejad tem liberdade para aceitar ou recusar as recomendações. Mas a entidade sugeriu que o Conselho de Direitos Humanos da ONU examine de forma detalhada as denúncias sobre assassinatos, prisões e agressões a manifestantes e opositores ao governo.
Para a ONG, é fundamental investigar, processar e punir funcionários do governo envolvidos no assassinato ilegal, na prisão, detenção e no abuso praticado contra manifestantes, integrantes da oposição e defensores da sociedade civil
;O Conselho de Direitos Humanos deve insistir para que Teerã [capital do Irã] nos informe o que realmente aconteceu durante e após o choque [entre policiais e manifestantes];, disse a diretora de Oriente Médio da Human Rights Watch, Sarah Leah Whitson.
;Quantas pessoas foram mortas ou presas, quais são seus nomes e onde estão os prisioneiros?;, reagiu ela, referindo-se às manifestações ocorridas por ocasião das eleições no Irã, em junho do ano passado, e também ao episódio relativo à celebração da Revolução Islâmica, no dia 11 de fevereiro.
Segundo o documento da organização, denominado Relatório Periódico Universal, houve ataques de forma violenta e sistemática contra os manifestantes e membros da oposição. nos últimos oito meses. Também há registro de ausência de responsabilização pelos supostos abusos.
De acordo com o ONG, autoridades ligadas ao governo do Irã tentam intimidar os que ameaçam protestar contra Ahmadinejad . ;Desmentidos do governo mostram que, sem uma forte pressão internacional, em Teerã, abusos de direitos humanos vão continuar;, afirmou Sarah Whitson. As autoridades iranianas negam que tenham praticados abusos ou que tenha havido repressão aos direitos humanos.
O site da Human Rights Watch informa ainda que o Comitê para a Proteção dos Jornalistas prendeu 47 jornalistas desde junho de 2009. Segundo a entidade, o número é superior a qualquer outro registro. Pelo relatório da organização, as forças de segurança iranianas mantêm sob rígido controle os sites de notícias e as informações relativas ao país. As autoridades também aumentaram o bloqueio de contas de e-mail, e limitaram o acesso à internet.