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Petróleo nas Malvinas complica relações Londres-Buenos Aires

Agência France-Presse
postado em 18/02/2010 18:35
A atividade petroleira impulsionada pela Grã-Bretanha nas Ilhas Malvinas, em disputa com a Argentina, dificulta uma "relação normal" com Londres, disse nesta quinta-feira (18/2) o vice-chanceler argentino, Victorio Taccetti.

"Há caminhos pelos quais passam as relações comerciais e diplomáticas, mas, obviamente, este tema (petróleo nas Malvinas) dificulta o desenvolvimento de relações normais, como as que nós queríamos ter", ressaltou Tacetti à imprensa.

Tacetti manifestou nesta quinta-feira na comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados a decisão do governo de exigir autorização às embarcações que quiserem navegar por águas argentinas rumo às Malvinas, ocupadas pelo Reino Unido desde 1833.

[SAIBAMAIS]A medida é aplicada para "as águas jurisdicionais argentinas" de 200 milhas náuticas de extensão.

O decreto assinado na terça-feira pela presidente Cristina Kirchner é uma resposta à autorização dada pelo Reino Unido para que seja mantida a exploração de hidrocarbonetos na bacia das Malvinas, onde em 1982 foi travada uma guerra que terminou com a derrota das tropas da então ditadura argentina.

Estima-se que nos próximos dias a plataforma petroleira britânica Ocean Guardian chegará às ilhas do Atlântico sul.

A Grã-Bretanha "se negou reiteradamente a negociar" a questão da soberania nas Malvinas "como indicam inúmeras resoluções das Nações Unidas, o que é um inconveniente importante nas relações" bilaterais, disse o vice-ministro das Relações Exteriores.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown reafirmou nesta quinta-feira que seu país estava "perfeitamente em seu direito" de buscar petróleo nas Ilhas Malvinas.

Brown indicou também que o governo cuidava para que os habitantes do arquipélago estivessem "adequadamente protegidos".

O embaixador argentino nas Nações Unidas, Jorge Argüello, classificou de "ao menos imprudente" a declaração de Brown e criticou que do Reino Unido "se agite o fantasma bélico", em uma entrevista concedida à agência estatal argentina Télam.

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