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Palestinos enfrentam soldados israelenses ao redor de santuários

Agência France-Presse
postado em 22/02/2010 08:59
Vários incidentes foram registrados nesta segunda-feira (22/2) entre palestinos e soldados israelenses em Hebron (Cisjordânia), após o desejo manifestado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de incluir um santuário desta cidade palestina no patrimônio arqueológico de Israel. [SAIBAMAIS]Dezenas de jovens palestinos jogaram pedras contra um posto de controle do Exército, que respondeu com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Os soldados também utilizaram balas de borracha. "Quase 100 palestinos queimaram pneus e lançaram pedras contra membros das tropas israelenses", declarou uma porta-voz do Exército. Um soldado hebreu ficou levemente ferido. Escolas e lojas fecharam as portas em sinal de protesto e uma greve foi declarada em Hebron. No domingo, Netanyahu anunciou a intenção de incluir no patrimônio dos lugares históricos de Israel dois santuários na Cisjordânia ocupada, em Hebron e Belém, localidades conturbadas por tensões político-religiosas entre palestinos e israelenses. O Túmulo de Raquel, onde segundo a tradição está enterrada a matriarca bíblica, é um santuário judaico e constitui um enclave israelense na cidade autônoma palestina de Belém. O Túmulo dos Patriarcas (da Bíblia) em Hebron - a Mesquita de Ibrahim (nome muçulmano de Abraão) para o islã - é ao mesmo tempo um santuário judaico e muçulmano. O anúncio foi muito criticado pela Autoridade Palestina. O principal negociador palestino, Saeb Erakat, que está em Paris acompanhando o presidente Mahmud Abbas em uma visita oficial, pediu o apoio da comunidade internacional para questionar a decisão que chamou de "ilegal", além de uma provocação aos muçulmanos do mundo, e aos palestinos em particular. Fonte de grandes tensões entre palestinos e israelenses, o Túmulo dos Patriarcas está dividido em duas partes, uma para os muçulmanos e outra para os peregrinos judeus, desde o massacre de 29 palestinos em uma sala de orações por um colono israelense em 25 de fevereiro de 1994. Em Hebron, uma das maiores cidades da Cisjordânia ocupada por Israel, vivem mais 160.000 palestinos. A localidade é cenário de tensões pela presença de 600 colonos extremistas instalados em pleno centro da aglomeração, enquanto outros 6.500 vivem na colônia de Kyriat Arba, que fica na periferia.

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