Agência France-Presse
postado em 24/02/2010 14:34
A Anistia Internacional pediu nesta quarta-feira (24/2) a libertação incondicional de todos os prisioneiros políticos em Cuba, depois da morte de um dissidente, em seguida à prolongada greve de fome.
[SAIBAMAIS]A organização de direitos humanos também pediu a investigação da morte de Orlando Zapata, que ocorreu na terça-feira, depois de 85 dias de greve de fome.
"Orlando Zapata Tamayo sentiu que não tinha outra saída senão morrer de fome, em sinal de protesto - o que representa uma terrível mostra da contínua repressão política de que são objeto os dissidentes em Cuba", diz a Anistia em comunicado.
Zapata, de 42 anos, cumpria sentença de até 36 anos, já que as acusações iniciais de "falta de respeito", "desordem pública" e "resistência", foram somadas com as de "desobediência" e "distúrbio no estabelecimento penal", acrescentou a nota.
"Sem um Poder Judiciário independente em Cuba, os julgamentos são rápidos e não cumprem os requisitos internacionais de justiça", diz a Anistia. "Uma vez sentenciados, as oportunidades de apelar são virtualmente nulas".
Zapata era um dos 55 "prisioneiros de consciência" reconhecidos pela Anistia em Cuba. A maioria deles foi detida em 2003 numa operação do governo contra ativistas que pediam mudança política no único país da América que mantém regime comunista.