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EUA criticam plano de Israel para locais sagrados

Agência France-Presse
postado em 25/02/2010 21:53
O governo dos Estados Unidos criticou nesta quinta-feira (25/2) o "provocador" plano de Israel para incorporar a seu patrimônio dois locais sagrados disputados por judeus e muçulmanos nos territórios ocupados de Gaza e Cisjordania. "Pedimos às duas partes que se abstenham de tomar decisões provocadoras e unilaterais que possam comprometer a retomada das negociações para acabar com este conflito", disse Philip Crowley, porta-voz do departamento de Estado. "Falamos deste tema diretamente com o governo israelense", destacou o porta-voz. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desencadeou uma onda de protestos ao anunciar no domingo passado sua intenção de incluir o Túmulo de Raquel, em Belém, e a Gruta dos Patriarcas, em Hebron, na lista dos patrimônios históricos de Israel. Netanyahu garantiu hoje que "não haverá mudanças na situação, nem na Gruta dos Patriarcas, nem no Túmulo de Raquel" e prometeu "liberdade completa de culto" nos dois locais. O Túmulo de Raquel, onde segundo a tradição está sepultada a matriarca bíblica Raquel, é um lugar santo judeu. É localizada em Belém, próxima a Jerusalém. A Gruta dos Patriarcas (da Bíblia) em Hebron - a Mesquita de Ibrahim (nome muçulmano de Abraão) para o islã - é um lugar santo para judeus e muçulmanos, localizado no sul da Cisjordânia. O lugar está dividido em duas partes, uma para os fiéis muçulmanos e outra para os peregrinos judeus Jovens palestinos enfrentaram novamente hoje o Exército israelense perto da Gruta dos Patriarcas. Os manifestantes atiraram pedras nos soldados, que responderam com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Quatro palestinos foram detidos. Segundo um porta-voz do exército, "os manifestantes queimaram pneus, lançaram garrafas incendiárias e pedras contra as forças de segurança israelenses". O clima de tensão é grande, uma vez que esta quinta-feira marca o 16º aniversário do massacre de 29 palestinos num espaço de oração da Gruta dos Patriarcas por um colono israelense no dia 25 de fevereiro de 1994.

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