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Lula vê do alto a destruição causada pelo terremoto no Haiti, elogia as tropas brasileiras e volta a cobrar perdão da dívida

postado em 26/02/2010 07:00
;Quero dizer que se o Brasil já tem feito política de solidariedade, estejam certos de que vamos fazer muito mais, porque as coisas no Haiti são muito mais graves do que a gente imaginava;, declarou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de sobrevoar em helicóptero a capital haitiana, Porto Príncipe. Lula chegou ao país pela manhã, vindo de Cuba, e foi recebido com honras militares pelo presidente René Préval. Depois da cerimônia, o visitante observou, consternado, os estragos causados pelo terremoto de 12 de janeiro, que deixou mais de 200 mil mortos.

Ao lado de Préval, Lula voltou a defender o perdão para a dívida externa do Haiti, que totaliza US$ 1,3 bilhão. ;O mundo precisa dar demonstração de que quer ajudar (...) anistiando essa dívida;, pediu. O presidente brasileiro também afirmou que os líderes interessados em ajudar o Haiti devem fazer ;gestão junto aos credores, ao Banco Mundial e ao FMI; para obter o perdão da dívida.

Lula admitiu que apenas a isenção de pagamentos externos não resolverá todos os problemas do país, mas argumentou que isso permitirá estabelecer novas linhas de ação. Como forma de colaboração brasileira, ele assinou acordos para o reforço da rede pública de ensino, contratos para construção de cisternas para captação de água de chuva, além de programas para fortalecer a agricultura familiar. O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, que integrou a comitiva, também considerou importante promover a geração de emprego e renda no Haiti. ;O país tem uma bonita história de resistência do povo, mas sofre com o impacto da pobreza extrema;, lamentou.

Desde o terremoto, o Brasil já enviou para o Haiti 203 toneladas de alimentos, 38 toneladas de água, 95 toneladas de medicamentos e 100 toneladas de donativos diversos. Também librou ajuda financeira de US$ 15 milhões. Lula não poupou elogios aos soldados brasileiros que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas (Minustah). Durante visita à base do batalhão, onde participou de uma cerimônia de formatura das tropas, o presidente destacou o trabalho do contingente brasileiro, que é o maior da missão e detém o comando. ;Embora vocês não precisem de medalhas, eu poderia dizer: poucas vezes na história do Brasil as Forças Armadas foram motivo de tamanho orgulho para o povo brasileiro como têm sido pelo seu comportamento e trabalho;, elogiou.

Lula engrossou a lista dos presidentes que já visitaram o país caribenho depois da tragédia, seguindo-se a Leonel Fernández (República Dominicana), Rafael Correa (Equador), Nicolás Sarkozy (França) e Michelle Bachelet (Chile). Segundo o blog do Planalto, os 23 jornalistas que acompanharam a comitiva presidencial no trajeto entre o aeroporto e a base militar também puderam perceber a dimensão da tragédia que assolou o país. ;Alguns haitianos acenavam para os repórteres, numa demonstração de que, mesmo com a situação trágica, existe esperança a respeito da reconstrução;, relata o blog oficial.

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