No próximo dia 3, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, estará em Brasília, quando reúne-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até meados do segundo semestre, é esperada a visita do presidente Barack Obama. Diplomatas que acompanham o assunto afirmam que os norte-americanos tentam ampliar os esforços para obter o apoio da comunidade internacional em torno da aplicação de sanções contra o Irã.
Os norte-americanos suspeitam que os iranianos vão enriquecer o urânio a 20% para a fabricação de armas nucleares. Mas o governo do Irã nega as acusações. Atualmente o Brasil ocupa uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) por dois anos. Por pressão dos Estados Unidos e um grupo de países, a ONU pode convocar uma reunião para discutir a questão iraniana.
Ontem (25) o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley, confirmou que o Irã teria protagonismo na pauta de discussão de Burns e Hillary no Brasil. ;Não poderia negar que o Irã estará entre as principais questões a serem discutidas com o Brasil;, disse ele.
;Estou certo de que o subsecretário Burns vai levar aos brasileiros as informações mais atualizadas sobre o processo P5 1 e que a secretária Clinton fará o mesmo nas reuniões que terá com o presidente e o ministro do Exterior brasileiros na próxima semana;, acrescentou o porta-voz.
Responsável por consultas entre o P5 1 (grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, mais a Alemanha) para discutir a questão nuclear iraniana, Burns deverá tentar aproximar o Brasil da posição defendida pelos norte-americanos.
Nos últimos dias, o presidente Lula reiterou que a comunidade internacional não pode agir de modo a levar ao isolamento do Irã. Por várias vezes, Amorim defendeu o direito do governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad desenvolver um programa nuclear próprio.
Ontem (25) o representante do Brasil na Conferência sobre Desarmamento nas Nações Unidas, o embaixador Luiz Filipe de Macedo Soares, defendeu a proibição de produção de armas nucleares em todo o mundo.
Com o ministro da Defesa, Burns se reuniu por cerca de uma hora. Os norte-americanos se esforçam para convencer o governo brasileiro a comprar os aviões de combate dos Estados Unidos. O presidente Lula analisa um relatório técnico sobre as propostas apresentadas pelas três empresas finalistas: a sueca Saab, fabricante do modelo Gripen NG; a norte-americana Boeing, responsável pelo caça F-18 Super Hornet, e o consórcio Rafale International, liderado pela francesa Dassault.