BAQUBA - Militares americanos mataram o filho de um chefe tribal iraquiano e feriram sua mulher no norte de Bagdá, em episódio classificado pelo exército neste sábado de "trágico acidente".
Na noite de quinta-feira, tropas americanas patrulhavam o distrito de Kanan, 60 km a nordeste de Bagdá, quando o filho do chefe da tribo Zaheri, Taher Zaihud al Zaheri, foi baleado ao sair de sua casa, indicou um comunicado do exército americano. A mulher do chefe tribal foi ferida em uma das pernas.
Segundo um comunicado, os soldados estavam patrulhando o setor quando ocorreu o "trágico acidente". "Habitantes do povoado achavam que havia intrusos e abriram fogo na escuridão, o que fez com que outros habitantes começassem a disparar também. Acreditando estar sendo atacados, os americanos responderam aos disparos para se protegerem. Infelizmente, um homem morreu e uma mulher ficou ferida no tiroteio", indicou o exército, anunciando que abrirá uma investigação sobre o incidente.
O chefe tribal, por sua vez, afirmou que não houve tiroteio. Sua família ouviu gritos perto de casa, no povoado de Saisabanah, e achou que havia ladrões. "Ahmed saiu, e quando estava do lado de fora os americanos atiraram contra ele e o mataram", declarou al-Zaheri à AFP.
Depois, "continuaram disparando contra a casa, e minha mulher foi atingida", acrescentou.
A versão dos fatos de Zaheri foi corroborada por um oficial iraquiano. Saisabanah é uma aldeia de dez casas habitada por famílias conhecidas por, no passado, terem combatido as forças americanas.