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Governo espanhol quer explicação de Caracas sobre cooperação das Farc com a ETA

Agência France-Presse
postado em 01/03/2010 16:10
A Espanha pediu nesta segunda-feira (1/3) explicações ao executivo venezuelano após denúncia de um juiz espanhol de colaboração entre a ETA (organização separatista basca) e as Farc (Forças Armadas Rebolucionárias da Colômbia), com a "cooperação governamental" de Caracas, declarou o presidente José Luis Rodríguez Zapatero.

"O ministro das Relações Exteriores pediu ao governo da Venezuela que esclareça as informações prestadas pela Audiência Nacional (principal instância penal espanhola)", indicou o presidente em uma coletiva de imprensa em Hannover (Alemanha), ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel. "Estamos à espera dessa explicação por parte do governo da Venezuela e agiremos em função dessa explicação e das manifestações feitas pelo governo da Venezuela", acrescentou.

O magistrado espanhol indiciou nesta segunda-feira 13 membros da organização separatista basca ETA e da guerrilha colombiana das Farc por tentarem promover atentados contra o presidente Alvaro Uribe, entre outros, na Espanha. Segundo o juiz Eloy Velasco, houve "cooperação governamental venezuelana" nas relações de colaboração entre membros da ETA e das Farc que planejavam um atentado na Espanha contra autoridades colombianas, entre elas o presidente Alvaro Uribe.

[SAIBAMAIS]O juiz Eloy Velasco insiste, em seu auto processual, que seis supostos membros da ETA e sete das Farc "utilizaram a cooperação governamental venezuelana na colaboração ilícita entre as Farc e a ETA". Velasco, juiz da Audiência Nacional (principal instância penal espanhola) considera que isso ocorre especialmente no caso do suposto membro do ETA Arturo Cubillas Fontán, um dos envolvidos.

Cubillas é casado desde 1990 com a venezuelana Goizeder Odriozola Lataillade, que ocupou cargos públicos no governo venezuelano do presidente Hugo Chávez. Trabalhou, também, em 2005 no gabinete de Administração e Serviços do ministério de Agricultura e terras da Venezuela, segundo o auto judicial. O suposto ativista foi "dirigente do grupo ETA nesta área da América desde 1999, encarregando-se de coordenar as relações com as Farc e a participação de integrantes do ETA em cursos de explosivos e armamentos e na difusão de técnicas de guerrilha urbana terrorista", segundo o juiz Velasco.

Fontán é acusado pelo juiz, junto com os membros das Farc Edgar Gustavo Navarro Morales e Víctor Ramón Vargas Salazar, de "crime de conspiração para cometer homicídios terroristas". De acordo com o juiz, as Farc "pediram ajuda a membros do ETA para localizar na Espanha o ex-presidente colombiano Andrés Pastrana, a ex-embaixadora colombiana na Espanha, Noemí Sanín, o ex-candidato a presidência e duas vezes prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, e o vice-presidente colombiano Francisco Santos, com o objetivo de atentar contra a vida de algum deles durante sua permanência na Espanha".

Na lista, também acrescentaram, "no passado, o já falecido Bernardo Gutiérez Zuluoga, Carlos Adilla Lulle e, mais recentemente, o presidente da Colômbia Alvaro Uribe", afirmou o juiz.

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