Agência France-Presse
postado em 01/03/2010 17:17
Santiago, a moderna capital chilena de seis milhões de habitantes, tentava superar nesta segunda-feira o trauma do terremoto e voltar à normalidade após a tragédia de sábado (27/2), uma das maiores já registradas no país.No início da manhã, as pessoas voltaram às atividades, inclusive aquelas que trabalham em prédios com rachaduras nas paredes, chão cheio de cacos de vidro, objetos destruídos e telefones inutilizados.
[SAIBAMAIS]"Minha casa ficou de pé, mas ainda sinto medo. Passei pelo terremoto de 1985, mas este foi terrível, aterrador. O chão se movia como um barco", disse à AFP homem de 60 anos, vendedor de uma loja ferragens em Ñuñoa.
O terremoto de magnitude 8,8 deixou 723 mortos e 19 desaparecidos, em sua maioria na região centro-sul do país. Muita coisa ficou destruída em várias áreas de Concepción e Maule, e na capital foram registrados danos em cerca de 1.500 residências.
Cerca de 1,5 milhão de estudantes de todo o país poderão voltar às aulas na quarta-feira, anunciou a ministra da Educação, Mónica Jiménez. "Nas aulas daremos suporte emocional para a crise. Nossos professores apoiarão as crianças e as famílias", disse a funcionária.
O centro de Santiago estava retomando, aparentemente, a normalidade, com os ônibus e o metrô funcionando, as lojas e bancos abertos.
Mas as notícias sobre o toque de recolher em Concepción (500 km ao sul), as montanhas de escombros, os desaparecidos, a tsunami no sul e o desespero dos sobreviventes, traziam de volta a tristeza.
A fúria da terra também danificou edifícios do aeroporto, que foi fechado no sábado, mas que retomou os voos no domingo e estava a ponto de voltar a operar, embora apenas para pousos.
No mercado financeiro, a moeda chilena conseguiu se manter estável, sem ser afetada pelo fenômeno natural. A Bolsa de Comércio de Santiago abriu em baixa, mas reduzia suas perdas no fechamento.