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Crianças chilenas voltam às aulas

Um milhão e 800 mil alunos (80% da rede de ensino) iniciaram nesta segunda-feira (8/3) o ano escolar no Chile, depois da tragédia causada pelo terremoto há duas semanas, embora nas zonas sinistradas muitos estabelecimentos não puderam reabrir suas portas. ;Espero que não haja outros tremores, mas não tenho medo", disse um menino que entrava num colégio de Santiago.

No Liceu Experimental Manuel de Salas, um tradicional colégio privado da comunidade de Ñuñoa en Santiago, o primeiro dia de aulas foi um momento para as crianças relatarem suas experiências com o terremoto. "Disse a minha professora que minha mãe chorou muito, e que fiquei com medo", comentou Joaquín, do Jardim de Infância do Liceu Manuel de Salas.
"É bom que as crianças voltem à escola, porque ficarão concentradas em outras coisas", dizia a mãe que acabava de levar a filha ao colégio.

[SAIBAMAIS]O ano escolar no Chile começaria oficialmente no dia 3 de março, mas o terremoto obrigou as autoridades da educação a atrasar até esta segunda-feira o retorno às aulas. As instituições que sofreram danos em sua estrutura abrirão mais tarde.

Nas regiões mais afetadas, como a cidade de Concepción (500 km ao sul de Santiago) e a vizinha região de Maule, estima-se que as aulas começarão entre 15 de março e 5 de abril, depois de concluída uma vistoria nos prédios escolares. "O importante é a segurança das crianças, não podemos correr riscos", disse a ministra da Educação, Mónica Jiménez, ao abrir o ano letivo em Santiago. "Alegremo-nos, porque, hoje, 80% das crianças estão voltando às escolas", afirmou.

No Colégio Metodista de Concepción, um dos mais importantes dessa cidade, a cruz da cúpula de sua igreja ainda está torcida e um operário retira os estilhaços de vidro das janelas.

O ginásio (do colégio) apresenta quatro vigas quebradas. A biblioteca está sem condições de funcionar, o mesmo acontecendo na sala do quarto ano do ensino secundário, que apresenta rachaduras em muitas partes, constata a AFP.

Em Santiago, o prefeito Pablo Zalaquett informou que 7.000 alunos tiveram que ser reacomodados em outros colégios devido à vistoria e à realização de obras em suas escolas antigas. Ele contou sete colégios sem condições de funcionar.