Agência France-Presse
postado em 09/03/2010 19:14
Israel aprovou nesta terça-feira (9/3) a construção de 1.600 novas casas para colonos judeus em Jerusalém Oriental, a parte da cidade de maioria árabe anexada pelo Estado hebreu em 1967, após a Guerra dos Seis dias, anunciou o ministério do Interior.A decisão foi tomada, justamente, durante a visita realizada pelo vice-presidente americano Joe Biden a Jerusalém, para tentar reativar o processo de paz.
A construção das casas será feita no bairro de Ramat Shlomo, uma colônia judaica do setor oriental da cidade.
[SAIBAMAIS]Logo em seguida ao anúncio israelense, o vice-presidente americano, Joe Biden, afirmou que tal decisão "destrói a confiança tão necessária no momento" para reativar as negociações de paz. "Condeno a decisão do governo israelense de promover essa instalação", lamentou Biden, em comunicado divulgado em Jerusalém.
"O conteúdo e a oportunidade do anúncio, particularmente num momento de abertura de negociações indiretas, constitui precisamente o tipo de medida que prejudica a confiança da qual precisamos agora, além de depor contra as conversações construtivas que mantive aqui, em Israel", afirmou.
Antes do anúncio israelense, o vice-presidente americano havia declarado o apoio absoluto e total dos Estados Unidos à segurança de Israel, durante reunião com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"A pedra angular de nossa relação é nosso compromisso absoluto, total e sem reservas a favor da segurança de Israel", declarou Biden, que também visitará os territórios palestinos. Já o presidente palestino, Mahmud Abbas, conversou nesta terça-feira com o líder da Liga Árabe, Amr Moussa, para pedir medidas adequadas após a decisão tomada por Israel.
Na manhã de segunda-feira, o ministro israelense do Meio Ambiente, Gilad Erdan, havia anunciado a construção de 112 casas na colônia de Beitar Ilit, na região de Belém, ao sul de Jerusalém.
"No final do ano passado, o governo decidiu congelar as construções, mas esta decisão previa exceções em caso de problemas de segurança para as infraestruturas de obras iniciadas" antes da suspensão, explicou Erdan.
O governo havia decretado, no final de novembro, uma moratória de dez meses para novas construções na Cisjordânia ocupada, mas que não envolvia Jerusalém Oriental nem as 3 mil residências em obras na Cisjordania. Prédios públicos, como sinagogas, colégios e hospitais também não foram incluídos na proibição.