Agência France-Presse
postado em 09/03/2010 20:43
Uma comissão do governo hondurenho de Porfirio Lobo definiu, nesta terça-feira, a linha de defesa sobre uma denúncia feita pelo ex-presidente Manuel Zelaya e alguns de seus colaboradores ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), informou um funcionário.O subprocurador (advogado do Estado) Ricardo Rodríguez informou que os membros de uma comissão integrada por representantes de várias instituições se reuniram nesta terça-feira para preparar a defesa ante as denúncias de Zelaya e seus colaboradores pelo golpe de Estado de 28 de junho de 2009.
As instituições "estão trazendo os informes e os documentos necessários e é o que vamos enviar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que eles se deem conta de que efetivamente não há tais violações como alegam", acrescentou o funcionário ao fim da reunião.
Na comissão há representantes da Procuradoria, chancelaria, ministério público, Suprema Corte da Justiça e ministério da presidência, entre outras instituições.
[SAIBAMAIS]"Temos prazo até 26 de março para apresentar estas respostas que eles (a CIDH) estão pedindo", destacou, sem dar maiores detalhes aos argumentos que a defesa apresentará.
Rodríguez disse que entre os informes que serão apresentados estão documentos das empresas de telefonia, água e telecomunicações porque Zelaya argumenta que enquanto esteve refugiado na embaixada do Brasil por quatro meses, os serviços foram cortados e foram fechadas emissoras de rádio e de televisão contrárias ao regime de fato de Roberto Micheletti.
A denúncia feita junto à CIDH foi assinada pelos ex-ministros Enrique Flores Lanza, Patricia Rodas, Rixi Moncada e Rebeca Santos, pelo ex-presidente do Banco Central, Edwin Araque, e por Enrique Reina, ex-secretário particular de Zelaya.
Os denunciantes pedem à CIDH que "seja ditada sentença contra o Estado de Honduras para estabelecer as reparações cabíveis e o restabelecimento da democracia através da convocação e instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte".
Se a CIDH avalizar a denúncia, o caso será levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos, sediada em San José.