Agência France-Presse
postado em 10/03/2010 13:18
O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, acusou nesta quarta-feira (10/3) "a esquerda" e os "juízes" de terem impedido a apresentação da lista de seu Partido da Liberdade (PdL) para as eleições locais de Roma, o que gerou um caos a apenas duas semanas das eleições.
"A culpa não foi de nossos delegados e funcionários. Foram os militantes do Partido Radical que iniciaram um movimento para impedir a apresentação das listas", assegurou Berlusconi em uma entrevista coletiva à imprensa.
"Os magistrados presentes também tiveram um comportamento muito estranho", acrescentou.
Apesar de o governo italiano ter aprovado na semana passada um "decreto" especial com o objetivo de reincorporar os candidatos que haviam sido eliminados da lista do partido do primeiro-ministro, a lista não foi aceita por várias instâncias jurisdicionais.
Outra lista da candidata do PdL ao governo da região de Roma, Renata Polverini, foi aceita na sexta-feira na última hora pela Corte de Apelações.
A entrevista coletiva ficou tumultuada depois que Berlusconi informou com riqueza de detalhes como ocorreu a entrega frustrada das candidaturas, impedida - segundo a sua versão - pelos militantes radicais.
Durante o encontro com a imprensa um jornalista independente foi agredido fisicamente pelo ministro da Defesa, Ignazio La Russa, e duramente criticado em público pelo mesmo Berlusconi.
O chefe de governo italiano anunciou que não solicitará o adiamento das eleições previstas para 28 e 29 de março e pediu que seu eleitorado dê uma "lição" à esquerda.
"A esquerda é antidemocrática e mesquinha, quis organizar uma partida com um árbitro amigo e os adversários trancados no vestiário", disse.
As eleições regionais em 13 das 20 províncias da Itália representam um teste para a coalizão conservadora de Berlusconi, atingida por uma série de escândalos de corrupção e sexo.