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Árabes condicionam conversas de paz ao congelamento da colonização israelense

Agência France-Presse
postado em 10/03/2010 21:40
A Liga Árabe declarou, nesta quarta-feira (10/3), que as negociações de paz israelenses-palestinas só devem ocorrer se forem suspensos os planos de Israel de construir 1.600 casas para colonos na Jerusalém oriental anexada.

O chefe da Liga Árabe, Amr Mussa, disse a jornalistas que o presidente palestino, Mahmud Abbas, lhe revelou que não participará de negociações nas circunstâncias atuais.

"As medidas israelenses precisam ser contidas antes de qualquer discussão sobre a retomada das negociações, (sejam elas) diretas ou indiretas" entre Israel e os palestinos, acrescentou a Liga Árabe em um comunicado, publicado depois da reunião de emergência de embaixadores dos 13 Estados-membros da Liga Árabe.

"Se as medidas tomadas pelos israelenses para a construção de centenas de assentamentos nos territórios palestinos ocupados, inclusive Jerusalém oriental, não forem suspensas imediatamente, as negociações propostas serão inúteis", destacou o documento.

"Nossa posição é clara: não pode haver conversações, diretas ou indiretas, se as recentes decisões israelenses não forem canceladas", disse Mussa aos jornalistas, referindo-se ao anúncio feito pelo Ministério do Interior, na terça-feira, sobre o a construção de 1.600 novas casas em Ramat Shlomo, um assentamento judeu no setor de maioria árabe de Jerusalém.

Se a situação não tiver mudado nos próximos dois ou três dias, acrescentou, outra reunião do Comitê da Liga Árabe será convocada para discutir as negociações de paz.

A luz verde de Israel aos assentamentos coincidiu com a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, a Israel.

Biden, que conseguiu apenas uma retomada indireta das conversações entre as duas partes, já havia denunciado a manobra israelense, alertando que o avanço dos assentamentos poria em risco a realização de novas conversações.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou a atitude israelense em um comunicado publicado na terça-feira, alertando que as colônias são ilegais segundo a legislação internacional.

Os palestinos, que concordaram em celebrar conversas indiretas com Israel depois de 14 meses de paralisação, considera o setor leste de Jerusalém a capital de seu futuro Estado e por este motivo excluíram a possibilidade de qualquer negociação direta sem que Israel interrompa a expansão das colônias.

Israel, por sua vez, considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. O Estado hebreu ocupou a parte orientam da cidade santa na guerra de 1967 e depois a anexou, uma manobra não reconhecida pela comunidade internacional.

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