postado em 14/03/2010 11:11
Há 15 dias, as pessoas que vivem nas regiões do Chile mais afetadas pelos tremores de terra e tsunamis só têm liberdade para circular nas cidades por seis horas. O toque de recolher, imposto pelo governo federal, levou 1.609 pessoas à prisão.A medida foi determinada depois de uma onda de saques e violência. A iniciativa tem o apoio popular. Os abalos modificaram a rotina dos chilenos, principalmente os que moram no Centro e Sul do país.
;Agora, quando sentimos qualquer movimento ou temos uma impressão estranha já saímos em busca de lugares mais seguros. Depois do que passou, temos pouca confiança nos órgãos oficiais;, afirmou a dona de casa María Elena Figueroa, moradora de Viña del Mar, cidade ameaçada por tsunamis.
Como a dona de casa, a maioria dos chilenos desconfia dos serviços de alerta de tsunamis e emergência de terremotos. Por essa razão, o novo presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou que vai mudar os dois órgãos, ;profissionalizando; para que as pessoas passem a confiar mais nas informações transmitidas por eles.
Nas cidades onde há mais riscos de abalos, a população mudou os hábitos. A venda de apartamentos caiu, pois as pessoas temem a falta de segurança em prédios altos, principalmente quem gosta dos últimos andares. Com isso, os preços das casas térreas foram elevados em cerca de 50%. Também foram reajustados os aluguéis das casas.
Outra alteração de rotina é que quando há ameaças de tremores ou maremotos todos os órgãos públicos e privados dispensam os funcionários. A medida vale como segurança, pois as estruturas físicas dos prédios têm sido questionadas e, por outro lado, quando ocorrem os abalos as pessoas querem ficar próximas de seus parentes.
Por cautela, os chilenos também temem ficar sem comida e remédio. Por isso, desde o dia 27 ; quando houve o maior da série de terremotos, atingindo 8,8 graus na escala Richter ; donas de casa e pais de famílias correram às compras.
De acordo com os comerciantes, os produtos mais procurados são batata, limão e sal ; base da culinária chilena ; e remédios para doenças crônicas, como diabetes e pressão alta, além de primeiros socorros. Porém, não há desabastecimento nas grandes cidades. O problema mais grave ainda é a regularização do sistema de água e energia em alguns setores específicos do Chile.