Agência France-Presse
postado em 15/03/2010 20:24
Os militantes do ETA que chegaram à Venezuela em 1989 após um acordo feito com a Espanha "não estão participando de nenhuma atividade terrorista", garantiu nesta segunda-feira (15/3) o presidente Hugo Chávez."Me parece tão estúpido que não tenho nada para responder. Eu acredito que nem os que dizem isso acreditam", afirmou Chávez a um grupo de jornalistas, referindo-se ao auto de processo do juiz espanhol Eloy Velasco.
Há duas semanas, o magistrado denunciou uma "cooperação governamental" venezuelana na suposta colaboração do grupo armado basco ETA com a guerrilha das Farc da Colômbia, com o objetivo de formar guerrilheiros para promover atentados na Espanha contra autoridades colombianas.
[SAIBAMAIS]"Por que não perguntaram a Felipe González a razão de ter feito esse convênio com Carlos Andrés Pérez, no qual chegaram pessoas que eram do ETA e que agora são venezuelanas? Têm filhos e netos e estamos certos de que não estão participando de nenhuma atividade terrorista", sustentou Chávez. "Se me demonstrassem, seria outra coisa, mas não com manipulações", acrescentou.
Em 1989, onze integrantes do ETA chegaram à Venezuela graças a um acordo entre os dois presidentes da época, o socialista Felipe González e o social-democrata Carlos Andrés Pérez, e receberam o estatuto de refugiados políticos.
No processo, o juiz Eloy Velasco se refere a um dos militantes, Arturo Cubillas, que seria um elo dentro da suposta "cooperação governamental venezuelana na ilícita colaboração entre as Farc e o ETA".
Desde esta segunda-feira pesa sobre doze pessoas, entre elas Cubillas, uma ordem de prisão da justiça espanhola.