postado em 17/03/2010 13:52
Ao encerrar a visita aos territórios palestinos o presidente Luiz Inácio Lula a Silva disse que o recente desentendimento entre os Estados Unidos e Israel pode ser um incentivo para que israelenses e palestinos cheguem a um acordo. As informações são da BBC Brasil.
[SAIBAMAIS]"O que parecia impossível aconteceu: os Estados Unidos tendo divergências com Israel. Quem sabe essa divergência era a coisa mágica que faltava para que se chegasse ao acordo", disse Lula em Ramallah, na Cisjordânia, sem dar detalhes de como esse episódio pode promover a paz no Oriente Médio.
Na semana passada, o governo de Israel anunciou a construção de 1,6 mil casas em Jerusalém Oriental, local que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro estado. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, classificou como "um insulto" a medida ocorrida em um momento em que os Estados Unidos se esforçavam para reabrir as negociações de paz entre as partes.
Em entrevista coletiva ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, Lula também fez um apelo para que as duas facções palestinas, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e o Fatah, do presidente palestino, se reconciliem. "A Palestina não realizará seu sonho se estiver desunida", afirmou.
Lula voltou a criticar o bloqueio à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, imposto por Israel. "O bloqueio à Gaza não pode continuar. O muro da separação deve vir abaixo. O mundo não suporta nenhum tipo de muro."
O presidente palestino afirmou que seus compatriotas vem cumprindo os pedidos feitos por Israel, mas que seus vizinhos não tem feito o mesmo. "Aplicamos o que nos foi pedido e Israel precisa cumprir seus compromissos, entre eles a suspensão da construção de todos os assentamentos, inclusive em Jerusalém. Não queremos nenhum outro caminho", disse Mahmoud Abbas.
Mais uma vez, Lula disse que o Brasil está disposto a participar das negociações de um acordo de paz entre palestinos e israelenses. "Estou convencido de que novos atores poderão arejar as negociações estancadas."
Antes da coletiva, Lula visitou o túmulo do líder palestino Yasser Arafat, morto em 2004, e participou da inauguração da Rua Brasil, em frente à sede da Autoridade Nacional Palestina. O presidente segue agora para a Jordânia.