postado em 17/03/2010 16:32
Dois helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) que deverão resgatar das selvas colombianas dois militares mantidos reféns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nos próximos dias, já estão na fronteira entre os países, anunciou nesta quarta-feira (17/3) o governo colombiano.O comissário do governo da Colômbia para a Paz, Frank Pearl, disse a jornalistas que, com os helicópteros brasileiros prontos, a entrega do sargento Pablo Emilio Moncayo e do soldado Daniel Calvo ocorrerá "antes do fim de semana".
"Uma vez que se tenha a informação de onde as operações serão realizadas, serão necessárias de 24 a 36 horas para que os helicópteros cheguem a um dos aeroportos, e a partir daí a operação será iniciada", declarou. "Isso quer dizer que, uma vez recebida a informação, em dois dias a operação será feita", explicou.
O soldado Calvo, sequestrado em abril de 2009, seria o primeiro a ser libertado pelas Farc porque estaria doente. Em uma segunda operação, que deverá ocorrer 24 horas depois, Moncayo será libertado. Ele está em poder das Farc há mais de 12 anos, o que o converte no refém mais antigo da organização, juntamente ao cabo Livio José Martínez.
Os dois fazem parte de um grupo de 23 militares e policiais que as Farc mantêm como reféns na selva. A organização propõe trocá-los por em torno de 500 guerrilheiros presos, proposta rejeitada pelo presidente Alvaro Uribe.
As Farc anunciaram em abril de 2009 a libertação unilateral de Moncayo e Calvo, junto com a entrega dos restos mortais do major da polícia Julián Guevara, morto em 2006 enquanto estava sequestrado.
Os oficiais serão entregues à senadora de oposição Piedad Córdoba, que viajará aos locais da libertação dos reféns com delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e um bispo da Igreja Católica, que serão transportados pelos helicópteros brasileiros com a anuência das Farc.
O Brasil já participou de uma operação semelhante de libertação de reféns das Farc em fevereiro de 2009, quando o grupo guerrilheiro libertou dois políticos e quatro oficiais.