Agência France-Presse
postado em 18/03/2010 15:00
Em torno de 850 toneladas de carne de vaca foram retidas em diversas alfândegas pelo governo da Argentina, que busca conter a forte alta do preço no mercado interno, denunciaram nesta quinta-feira (18/3) fontes ligadas aos pecuaristas. Oficialmente, o governo nega esta versão."Em torno de 850 toneladas de carne estão retidas nas fronteiras terrestres, portos e aeroportos", disse Gustavo Hardp, diretor da Confederação de Associações Rurais de Buenos Aires e Pampas (Cardap), à AFP.
A maior parte desses embarques eram destinados à Rússia, afirmou o produtor de gado.
O governo negou que tivesse decidido suspender os embarques do gado de corte também consumido no mercado interno. Mas várias organizações do setor disseram que a mercadoria está sendo mantida nas alfândegas, com exceção da chamada cota Hilton, cortes de alta qualidade destinados à Europa.
Diversas fontes oficiais consultadas não responderam ainda se as exportações de carne continuam retidas nas alfândegas.
Os diversos cortes de carne - principal produto de consumo da Argentina - tiveram alta de até 40% nos preços desde dezembro. Paralelamente, o consumo caiu quase 20% nesse período na Argentina, cujos habitantes estão entre os principais consumidores de carne do mundo.
O governo quer que os frigoríferos assinem um acordo de preços nos cortes populares para o mercado doméstico.
Outro diretor da Cardap, Alfredo Rodes, disse que as organizações patronais do setor estão avaliando ações de protesto pelo que considera "uma medida arbitrária que impede o desenvolvimento normal do comércio de carne".