Agência France-Presse
postado em 19/03/2010 21:30
O chefe do episcopado alemão, o arcebispo Robert Zollitsch, foi acusado nesta sexta-feira (19/3) por uma vítima de abusos sexuais de ter "encoberto" um ex-sacerdote pedófilo, ao ter esperado que as suspeitas contra ele se confirmassem antes de advertir a procuradoria nos anos 1990.Em reportagem de televisão que deve ser divulgada na segunda-feira (22/3), citada pela rede pública SWR esta noite, uma vítima de abusos sexuais, hoje com 38 anos, acusa o arcebispo Zollitsch de ter "dissimulado e encoberto", em sua qualidade de ex-responsável pelo pessoal na diocese de Friburgo, um sacerdote que está envolvido em casos de abusos sexuais de, pelo menos, 17 crianças.
De acordo com informações divulgadas pela rede de televisão, o padre, chamado de Franz B., era suspeito de abusar sexualmente de crianças na diocese de Friburgo. Ele "foi afastado em 1991 com o aval de Robert Zollitsch". O caso veio à tona apenas em 1995, quando uma vítima resolveu falar.
[SAIBAMAIS]Entretanto, o porta-voz do arcebispado de Friburgo, Robert Eberle, qualificou essa versão de "sem fundamento", afirmando que os responsáveis da época "atuaram de forma consequente e muito rapidamente". O sacerdote incriminado aposentou-se antes que as suspeitas que pesavam contra ele se confirmassem, completou o porta-voz. Ciente de que o cerco estava se fechando, Franz B. se suicidou em 1995.
O arcebispo pediu perdão às 17 vítimas que apareceram após novembro de 1995, afirmou Eberle. De acordo com a rede de televisão, Zollitsch informou pessoalmente Franz B. sobre os rumores sobre ele e o forçou a se aposentar e a se afastar dos jovens. A reportagem afirma ainda que Franz B. abusou sexualmente de, pelo menos, 17 crianças e adolescentes entre 1968 e 1991, a maioria deles membros de coros.