Agência France-Presse
postado em 21/03/2010 16:58
A histórica medida promovida pelo presidente Barack Obama para ampliar o seguro de saúde a quase todos os americanos era votada na noite deste domingo, na Câmara de Representantes, após um acordo de última hora.Considerada uma das maiores reformas sociais do século, a votação ocorre após um ano de confronto e de uma dramática semana, na qual Obama se multiplicou para obter apoio ao projeto, fundamental para seu futuro político.
Neste domingo, o presidente se comprometeu a assinar uma ordem executiva que reafirma a vigente proibição aos abortos com dinheiro público, o que ampliou sua margem de apoio à reforma entre os democratas conservadores.
"Sempre fui a favor da reforma da saúde", disse o líder do grupo democrata conservador, Bart Stupak, ao festejar a decisão de Obama sobre o aborto.
"Este projeto será aprovado", garantiu Supak.
O representante John Larson, um dos líderes democratas, estimou que "neste domingo faremos história".
O projeto visa, principalmente, a ampliar a cobertura médica a 32 milhões de americanos que hoje não têm qualquer tipo de assistência.
Se a lei for aprovada, 95% dos quase 300 milhões de habitantes dos EUA terão cobertura médica, após uma reforma que custará 940 bilhões de dólares em 10 anos.
O sistema americano de saúde é questionado há quase um século. Gerações de líderes, desde Theodore Roosevelt (1901-1909) a Bill Clinton (1993-2001), não conseguiram aprovar seus projetos para modificar a situação.
Os legisladores republicanos rejeitam a iniciativa porque consideram que ela provocará aumentos de impostos e levará o Estado a se envolver em atividades privadas.
A iniciativa passou pelo Senado no final de dezembro, e desde então sofreu numerosas modificações. Se for aprovada pela Câmara de Representantes hoje, o texto será rapidamente sancionado por Obama.
Em seguida, o Senado deverá adotar as "correções" desejadas pela Câmara.
No sábado, Obama foi pessoalmente ao Congresso para pedir apoio à reforma: "se vocês acreditam de alma e consciência que não vamos melhorar a situação atual (...) então votem não (...), mas se estão de acordo sobre o fato de que o sistema não atende mais as famílias modestas, se vocês conheceram as mesmas histórias que eu por todo o país, me ajudem a consertar este sistema".
"Não façam isto por mim, não o façam pelo Partido Democrata, façam pelo povo americano".