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Hillary pede decisões difíceis de Israel durante visita de Netanyahu aos EUA

Agência France-Presse
postado em 22/03/2010 18:16
Secretária de Estado americana diz ao israelense que as escolhas são A secretária de Estado americana Hillary Clinton pediu nesta segunda-feira (22/3) a Israel que faça escolhas "difíceis, mas necessárias" pela paz, no primeiro dia de uma visita a Washington do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu visando a diminuir a tensão com seu aliado.

Em um discurso dirigido nesta segunda-feira a um lobby judaico-americano (Aipac), Hillary disse que os Estados Unidos não cederão em seu "compromisso" de impedir que um dos maiores inimigos de Israel, o Irã, produza a bomba atômica. Mas as sanções levarão seu tempo, advertiu.

As declarações de Clinton eram aguardadas com expectativa, já que são realizadas em meio a um dos períodos mais difíceis das relações entre Estados Unidos e Israel, quando o governo do presidente Barack Obama luta para reanimar as negociações de paz no Oriente Médio ante a incessante expansão dos assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados.

Clinton deverá se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que viajava para Washington para discursar no mesmo Congresso anual da Aipac (Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos), principal lobby pró-israelense dos Estados Unidos.

Netanyahu não cedeu nos planos de seu governo de direita de expandir a colonização em Jerusalém Oriental, que não teve sua anexação em 1967 reconhecida pela comunidade internacional. O anúncio da construção de 1.600 casas em uma colônia judaica do setor árabe de Jerusalém, durante uma visita do vice-presidente Joe Biden em meados de março foi mal recebida nos Estados Unidos.

"As novas construções em Jerusalém Oriental ou na Cisjordânia comprometem a confiança mútua e ameaças as negociações relacionadas que são o primeiro passo para as negociações completas que ambas as partes desejam e necessitam", indicou Hillary nesta segunda-feira.

"E comprometem a habilidade única dos Estados Unidos de desempenhar um papel -um papel essencial, diria- no processo de paz", acrescentou.

Mas analistas americanos duvidam que Netanyahu volte atrás em seu plano porque isso significaria o colapso de sua coalizão governista. Os planos de expansão dos assentamentos ameaçam um difícil acordo com os palestinos para participar de negociações indiretas, com a mediação dos Estados Unidos. Os palestinos exigem o fim da colonização antes de retomar as negociações.

O emissário americano para o Oriente Médio, George Mitchell, se reuniu nesta segunda-feira com o presidente palestino Mahmud Abbas na capital jordaniana em uma tentativa de resgatar as negociações.

[SAIBAMAIS]Mitchell disse que teve uma reunião "boa, positiva, produtiva" sobre as maneiras de iniciar as negociações "o mais rápido possível", enquanto que pediu "moderação" a israelenses e palestinos, após os episódios de violência registrados nos últimos dias nos territórios palestinos e em Jerusalém Oriental.

Em seu discurso na Aipac, a secretária de Estado afirmou que o caminho para a paz "requer que todas as partes -incluindo Israel- tomem decisões difíceis, mas necessárias", acrescentando que é importante "dizer a verdade" aos amigos quando necessário.

"O status quo é insustentável para ambas as partes. Só acarreta mais violência e aspirações que não se tornarão realidade", afirmou.

A secretária de Estado assegurou também que ela e o presidente Barack Obama têm um compromisso "sólido" com a segurança de Israel, acrescentando que em seu caso é um apoio pessoal.

"Para o presidente Obama, e para mim, e para todo este governo, nosso compromisso com a segurança de Israel e com o futuro de Israel é sólido como uma rocha", afirmou.

"Além de ameaçar Israel, um Irã com armas nucleares estimularia os terroristas e desencadearia uma corrida armamentista que poderá desestabilizar a região. Isso é inaceitável", disse Hillary. "Por isso, quero ser clara. Os Estados Unidos estão dispostos a evitar que o Irã adquira armas nucleares".

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